Rombo nas contas públicas deve chegar a R$ 700 bilhões em 2020, diz secretário

Mansueto diz que país precisa controlar a trajetória da dívida para dar segurança a investidores

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Brasília

O rombo nas contas públicas deve chegar a R$ 700 bilhões neste ano, ou cerca de 9% do PIB (Produto Interno Bruto), por causa dos gastos associados à pandemia do novo coronavírus, afirmou nesta quinta-feira (14) o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida.

Em videoconferência na Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas relacionadas ao Coronavírus, Mansueto falou sobre o impacto da pandemia nas contas do setor público.

Há um mês, o secretário havia estimado o rombo em R$ 600 bilhões, enquanto no final de março o valor estava em R$ 400 bilhões. No Orçamento de 2020, o déficit projetado era de R$ 124 bilhões.

Mansueto lembrou que no ano passado as contas do setor público tiveram um rombo de R$ 61,9 bilhões, o melhor resultado desde 2014.

“Neste ano, a nossa melhor expectativa é que esse rombo vai crescer para algo como mais ou menos R$ 600 bilhões, algo como 8% do PIB”, afirmou. “Eventualmente será ainda maior. Eventualmente essa conta pode chegar até R$ 700 bilhões e passar de 9% do PIB.”

Para o secretário, o país precisa controlar a trajetória da dívida para dar segurança aos investidores.

Mansueto também falou sobre a regra de ouro, que impede o governo federal de se endividar para pagar despesas obrigatórias, como Previdência Social e benefícios assistenciais.

O secretário afirmou que até o fim do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), em 2022, não será possível cumprir a regra de ouro.

“O governo não conseguirá cumprir regra de ouro neste ano, não conseguirá cumprir em 2021 e não conseguirá cumprir em 2022, nem tampouco 2023, porque o buraco fiscal ficou muito grande”, afirmou. “O Brasil não cumprirá a regra de ouro até o final deste governo e talvez não cumprirá no início do próximo também.”

A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) tem demonstrado preocupação com o efeito da pandemia sobre a atividade econômica brasileira.

Projeções realizadas pelo Ministério da Economia identificam forte retração na atividade a partir de julho, com impactos no mercado de trabalho e riscos para a estabilidade social.

A cada semana de isolamento social por causa do novo coronavírus, o PIB do país deve registrar uma perda imediata de R$ 20 bilhões, aponta estudo do Ministério da Economia.

A projeção oficial para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano foi revisada de uma alta de 0,02% para retração de 4,7%.

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