Campanha de boicote à publicidade no Facebook será global, dizem organizadores

'Stop Hate for Profit' começará a pedir às grandes empresas da Europa que se juntem ao boicote

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Nova York | Reuters

Os organizadores de uma campanha de boicote à publicidade no Facebook que vem conseguindo apoio de um número crescente de grandes empresas agora estão se preparando para expandir a ação globalmente de forma a aumentar a pressão sobre a empresa de mídia social para que remova discurso de ódio.

A campanha "Stop Hate for Profit" começará a pedir às grandes empresas da Europa que se juntem ao boicote, disse Jim Steyer, executivo-chefe da Common Sense Media, em entrevista à agência Reuters neste sábado (27). Desde que a campanha foi lançada neste mês, mais de 160 empresas, incluindo a Verizon e a Unilever, firmaram compromisso para parar de comprar anúncios na maior plataforma de mídia social do mundo em julho.

A Free Press e a Common Sense, juntamente com os grupos de direitos civis dos Estados Unidos Color of Change e a Liga Antidifamação, lançaram a campanha após a morte de George Floyd, o homem negro desarmado que foi assassinado pela polícia de Minneapolis.

"A próxima fronteira é a pressão global", disse Steyer, acrescentando que a campanha espera encorajar os reguladores da Europa a adotar uma postura mais rígida diante do Facebook. A Comissão Europeia anunciou em junho novas diretrizes para as empresas de tecnologia, incluindo o Facebook, enviarem relatórios mensais sobre como estão lidando com o fluxo de desinformação a respeito do coronavírus.

A campanha global continuará à medida que os organizadores seguirem pedindo que mais empresas dos EUA participem. Jessica Gonzalez, co-diretora executiva da Free Press, disse que entrou em contato com as principais empresas de telecomunicações e mídia dos EUA para pedir que participem da campanha.

Respondendo às demandas por mais ação, o Facebook reconheceu neste domingo (28) que tem muito a fazer e está se unindo a grupos de direitos civis e especialistas para desenvolver mais ferramentas para combater o discurso de ódio. O Facebook disse que seus investimentos em inteligência artificial já o permitem encontrar 90% do discurso de ódio antes que os usuários denunciem.

Após as empresas afirmarem que irão suspender seus anúncios nas redes sociais, as ações do Facebook tiveram uma queda de 8,3% nesta sexta-feira (26), com uma perda de US$ 56 bilhões (R$ 306,8 bilhões) do valor de mercado da empresa.

Segundo a agência Bloomberg, com essa desvalorização, o presidente da companhia, Mark Zuckerberg, viu sua riqueza recuar US$ 7,2 bilhões (R$ 39,4 bilhões).

A publicidade faz parte de quase toda a receita do Facebook. No primeiro trimestre deste ano, o faturamento total da empresa fechou em US$ 17,7 bilhões (R$ 96,9 bilhões), dos quais 98% ou US$ 17,4 bilhões (R$ 95,3 bilhões) vieram da publicidade, de acordo com o relatório divulgado a investidores.

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