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Paulistanos fazem fila para matar saudade de shopping

Na reabertura, venda em loja de marca de luxo chega a superar a de dias normais

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São Paulo

Pelo comportamento, o paulistano estava com saudade dos shoppings. No primeiro dia de reabertura na capital paulista, consumidores fizeram fila para entrar e bater perna nos centros de compras mais populares, enquanto nas lojas de alta renda, as vendas chegaram a superar às registradas em dias normais.

Segundo a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), 53 estabelecimentos abriram nesta quinta-feira (11) na capital.

Dos 182 shoppings do estado de São Paulo, 76 já estavam abertos, 44 abrem a partir do dia 15 em municípios que passam da fase 1 para a fase 2 na Grande São Paulo e na Baixada Santista e outros 8 em municípios como Barretos, Presidente Prudente, Bebedouro e Ribeirão Preto ainda não estão autorizados a abrir.

Antes mesmo de as portas serem abertas, consumidores já formavam fila em frente ao Shopping Metrô Santa Cruz - Adriano Vizoni/Folhapress

Ainda segundo a associação, um shopping em Paulínia também não abriu ainda, apesar de já estar na fase 2.

No Shopping Metrô Tatuapé, na zona leste, por exemplo, filas de consumidores já se formavam nos primeiros minutos de reabertura. O complexo tem acesso ao metrô, o que facilita a chegada de um grande número de pessoas.

Como se costuma fazer em shows, faixas da isolamento marcaram o caminho em ziguezague para colocar ordem na entrada. No início da fila, um segurança controlava o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas, na porta, outro funcionário direcionava consumidores para medir a temperatura e receber sua máscara e sachês de álcool em gel.

Apesar do movimento nos corredores, as lojas estavam parcialmente vazias nos primeiros 20 minutos. A exceção eram as grandes varejistas de moda. O segurança na porta das Lojas Renner já contabilizava 150 pessoas no estabelecimento. Outros 40 formaram fila para esperar a C&A abrir.

As jovens Andressa Martins, 22, e Juliane Tocachellis, 26, de sacolas nos braços e máscaras com estampa de camuflagem, afirmaram ter ido no shopping para fazer uma compra específica, mas acabaram levando outras coisinhas pelo caminho.

"Viemos principalmente para gastar e bater perna, mas também para ver a movimentação. Temos algumas compras específicas para fazer, mas vamos vendo as outras lojas", diz Tocachellis.

Em algumas lojas, os clientes foram atrás de presentes para o Dia dos Namorados. Segundo Elen Guimarães, 27, gerente da loja do Boticário, boa parte de quem entrou e comprou foi para presentear a pessoa amada nesta sexta-feira (12).

"Logo nos primeiros minutos de shopping aberto, já fizemos três vendas. O dia teve um momento menor que em um dia normal, mas esperamos que termine bem. As pessoas vão voltando gradualmente", afirmou. Na loja, apenas metade dos funcionários estão trabalhando.

Nos Shoppings Cidade São Paulo e Eldorado, as medidas de prevenção na entrada dos estabelecimentos eram as mesmas, com aferição de temperatura e álcool em gel em mãos. O movimento, no entanto, já era bem menor.

"Nunca vi um shopping tão vazio", disse Marcelo Latres, 19.

Ele, que também foi ao shopping para compras pessoais, afirmou que se sentiu seguro.

"Eu precisava comprar algumas coisas pra mim e aproveitei para vir aqui. Ainda não me sinto seguro em andar na rua por causa do coronavírus, mas aqui é outra história. A percepção que eu tenho é que os shoppings vão voltar a ser o que eram em um pulo", afirmou.

Nas lojas, não havia consenso na percepção de volta à normalidade.

"Eu fiz duas vendas nas duas primeiras horas de abertura. Esperava bem menos hoje, tanto que a meta diária que temos normalmente foi extinta nesse primeiro momento, exatamente para ver como vai ser a volta do consumidor", disse Patrícia Lima, 26, vendedora da loja Melissa no Cidade São Paulo.

No Eldorado, apesar de algumas lojas ainda estarem fechadas, as compras também começam a voltar ao normal.

"Vim fazer uma compra para o dia dos namorados e também ver como estaria esse retorno. Não tive receio de vir" afirmou o consultor Felipe Costa, 33.

No Shopping Iguatemi, dedicado à alta renda, os clientes voltaram com vontade e surpreenderam os gestores, que escalaram equipes menores à espera de um movimento mais tímido no primeiro dia.

Vendedores de lojas de marcas de luxo, como Gucci e Chanel, afirmaram que o movimento foi bem maior do que o esperado, chegando a superar as vendas de dias normais.

Uma vendedora da Chanel disse ainda que além da demanda voltada para o dia dos namorados, também houve uma busca por reposição de produtos.

Um consumidor do Shopping Iguatemi que preferiu não se identificar disse acreditar que apesar de ter presenciado alguma confusão entre funcionários sobre os horários de funcionamento do shopping e abertura das lojas, a tendência é que a volta seja bem mais rápida do que o esperado.

O casal Fábio Eduardo Nogueira, 37, e Fernanda Antonnini, 31, também alimentam a esperança de uma volta tranquila à normalidade.

"Nós viemos ao shopping pra sair de casa, não aguentávamos mais. Fizemos a compra do Dia dos Namorados antes, pela internet, mas nada mais me impede de ir aos shoppings, agora que reabriram. A economia precisa girar", disse Nogueira.

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