A redução nos gastos do cartão de crédito, o dólar caro e o menor número de viagens reduziram a capacidade de clientes acumulares pontos no cartão de crédito.
No entanto, o número de milhas a espera de resgate aumentou, dizem empresas do setor.
A explicação é simples: quando o consumidor gera menos pontos, leva mais tempo para acumular o suficiente para o resgate que deseja.
O peso do dólar na equação é grande: os programas costumam recompensar em pontos por dólar gasto. Com o real desvalorizado, é preciso consumir mais para manter a geração desses bônus.
A moeda americana chegou a encostar em R$ 5,90 e agora voltou a ser cotada abaixo dos R$ 5. Ainda assim, acumula alta de 24% no ano ante o real.
Segundo o presidente da Smiles, André Fehlauer, clientes começaram a trocar resgates de passagens aéreas por outros produtos.
“Os resgates no nosso shopping, por exemplo, cresceram 180%. Ainda não é suficiente para suprir a diferença que as passagens aéreas fazem, mas é uma mudança de comportamento notável”, diz.
Ele afirma ainda que o volume de pontos transferidos dos bancos também diminuiu —a exceção dos cartões co-branded, parceria do banco com o programa de milhas.
Segundo o diretor geral da Latam Pass, Fabrício Angelin, a companhia tem tentado fazer promoções para compensar a queda nos resgates. E tenta ainda incentivar a concentração de pontos em um só programa.
“A ideia é que o cliente aproveite para acumular pontos agora e sair da hibernação, pensando em resgates futuros. Além disso, a indicação de concentrar os pontos em um só local também aumenta muito o poder de troca.”
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