Democratizar o conhecimento sobre a arrecadação de recursos, fortalecer a transparência na prestação de contas e incentivar o empreendedorismo de impacto social são algumas das chaves para que as motivações para doar permaneçam aquecidas depois da pandemia.
O diagnóstico foi feito por especialistas no seminário virtual “#ComoPossoAjudar: O Movimento que Faz a Diferença na Pandemia”, realizado pela Folha em parceria com o Idis (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) na quarta-feira (8).
Solicitar doações e doar ficou mais fácil com a disseminação de plataformas virtuais de financiamento coletivo. O acesso à internet e o manejo de ferramentas tecnológicas permitem que cidadãos, sem intermediários, façam campanhas por cestas básicas, apoio a pequenos negócios e outras necessidades acentuadas na pandemia. “Temos essa descentralização do conhecimento de arrecadação de recursos”, avalia Adriana Barbosa, CEO da PretaHub e fundadora da Feira Preta.
A diretora-executiva da plataforma Me Poupe!, Nathalia Arcuri, acrescenta que doar dinheiro, tempo ou mentoria exige transparência. “Vivemos em um país continental, onde é difícil ter uma única narrativa para incentivar a cultura massificada de doação. Um primeiro passo é mostrar para as pessoas a destinação do dinheiro”, avalia.
O empreendedorismo de impacto social também se mostra boa alternativa para o mercado corporativo porque estreita os laços com o público e a comunidade local. “A nossa responsabilidade é do tamanho do nosso privilégio. Não podemos mais viver pulando desigualdades sociais e seguindo a vida”, defende o diretor-executivo da Editora MOL, Rodrigo Pipponzi.
Para Eugênio Mattar, CEO da Localiza e cofundador do Movimento Bem Maior, o caminho para a consolidação de empresas cidadãs é longo, mas está sendo traçado. “Não faz parte da cultura brasileira investir em filantropia. Temos que mudar isso”, diz Mattar.
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