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Atividade em SP deve recuperar nível pré-pandemia na virada do ano, diz Meirelles

PIB do estado teve alta de 6,8% em junho, em relação a maio, segundo Fundação Seade

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São Paulo

O estado de São Paulo deve atingir o nível de produção anterior à pandemia na virada do ano, disse nesta segunda-feira (10), o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Merielles.

Segundo Meirelles, essa recuperação vai depender das políticas macroeconômicas do país. “Mas não há dúvidas de que, mantido o ritmo atual, teremos uma recuperação muito mais cedo do que se esperava”, afirma.

Conforme o secretário, a expectativa anterior de retomada da atividade era para mais tarde em 2021, mas isso foi antecipado, principalmente devido à surpresa positiva dos números de junho e indicações de que julho e agosto devem trazer melhora substancial da economia.

O secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Merielles, avalia que recuperação da atividade no estado será mais rápida do que o previsto - Reinaldo Canato/Folhapress

Dados da Fundação Seade apontam que o PIB do estado cresceu 6,8% em junho, em relação a maio, informou Meirelles, durante coletiva de imprensa. Em maio, o PIB já havia crescido 5,3%, após queda de 9,3% em abril.

Em 12 meses até junho, o crescimento acumulado é de 0,7%, pouco acima do 0,5% acumulado em 12 meses até maio.

No segundo trimestre, porém, o PIB do estado registra queda de 6,1% em relação ao primeiro trimestre, principalmente devido à retração abrupta da atividade em abril. Na comparação com igual período do ano anterior, a queda é de 5,4%.

Conforme Meirelles, os setores que tiveram retração mais acentuada na crise, como o comércio, devem ser os que terão recuperação mais forte, à medida em que a economia comece a retomar, com a recuperação da renda. Setores que dependem da confiança, como a venda de automóveis, também devem puxar a recuperação.

PIB+30

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também anunciou nesta segunda-feira a criação pela Fundação Seade da ferramenta PIB+30, de acompanhamento rápido da atividade econômica no estado de São Paulo.

A ferramenta contempla 97% do PIB estadual, através do monitoramento de 200 variáveis e deve reduzir a defasagem de divulgação de dados de atividade de 60 para 30 dias.

“No momento em que temos dados com no máximo 30 dias de defasagem, podemos tomar atitudes mais rapidamente e verificar a eficácia ou não de cada ação de todo o processo de retomada”, diz Meirelles. “Se formos aguardar o IBGE, ele divulga os dados estaduais com um ano de defasagem. Isso é melhor do que nada, mas para o direcionamento da política econômica é muito pouco eficaz.”

O Governador João Doria em anúncio sobre a retomada econômica e o enfrentamento ao coronavírus - Governo do Estado de São Paulo

Segundo Doria, a ferramenta PIB+30 será parte de plano de recuperação da economia do estado, que será capitaneado por Meirelles.

“Trata-se de uma ferramenta de gestão inovadora que permite examinar estatísticas da atividade em velocidade superior às análises do PIB conhecidas”, disse Doria.

Conforme o governador, a medida coloca o estado de São Paulo no mesmo patamar de países como Estados Unidos e França em relação às ferramentas de análise econômica.

Segundo Doria, o plano de recuperação da economia no estado será focado na geração de emprego e renda. “Por isso vamos aplicar uma reforma administrativa e aquilo que é necessário para manutenção do equilíbrio fiscal e recuperação do crescimento”, disse Doria.

O plano deve incluir ainda medidas de desburocratização e desestatização, com foco em atrair investimento externo, especialmente para obras de infraestrutura, que são as que mais absorvem mão de obra.

“Não vamos descuidar da responsabilidade fiscal e temos certeza de que o governo federal também saberá controlar a inflação e tomar medidas de reestruturação e modernização do Estado em âmbito federal. Aqui em São Paulo vamos fazer isso”, disse Doria.

Conforme Ana Carla Abrão, coordenadora do conselho econômico do estado de São Paulo, os dados monitorados pelo conselho para o PIB brasileiro e do estado sinalizam que, do ponto de vista econômico, o pior já passou.

Ela reforçou que a agenda de retomada do estado será focada em equilíbrio fiscal e vigilância em relação ao orçamento, com ações de controle do gasto público e retomada do investimento via programas de concessão e desestatização. A economista também criticou a falta de planejamento pelo governo federal.

“De fato, nós temos hoje uma agenda, infelizmente não temos essa agenda clara no governo federal, mas certamente o governo do estado de São Paulo já tem sua agenda elaborada”, disse Ana Carla. “Assim como o controle da pandemia foi um plano de governo que deu certo, também o plano econômico do estado de São Paulo trará para o Brasil um exemplo de como se planeja uma retomada após uma interrupção abrupta e inesperada da economia.”

Na coletiva, Doria anunciou que o comitê solidário do estado superou a marca de R$ 1 bilhão em doações para combater o coronavírus, somando R$ 1,03 bilhão com 251 doadores.

O governador informou também que o Banco do Povo do estado vai disponibilizar mais R$ 70 milhões para microempresas, em duas novas linhas, uma para trabalhadores informais e produtores rurais sem CNPJ e outras para MEI (microempreendedores individuais) e produtores rurais com CNPJ. Com isso, a oferta de crédito pelo banco chega a R$ 720 milhões durante a pandemia.

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