Governo oficializa indicação de André Brandão como presidente do BB

Rubem Novaes entregou seu pedido de renúncia em 24 de julho

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São Paulo | Reuters

O Banco do Brasil informou nesta sexta-feira (14) que começou os procedimentos para confirmar a eleição de André Guilherme Brandão para o cargo de presidente da companhia.

Os trâmites começarão após comunicação do Ministério da Economia, afirmou o banco em comunicado ao mercado, indicando que o governo federal, acionista controlador, indicou o executivo para a posição.

A escolha acontece três semanas após o atual presidente do banco, Rubem Novaes ter anunciado que iria deixar o cargo.

André Brandão, escolhido para assumir o BB
André Brandão, escolhido para assumir o BB - Edilson Rodrigues/Agencia Senado

O nome do executivo já havia sido informalmente comunicado a dirigentes do banco pelo Palácio do Planalto no início de agosto, mas ainda dependia de confirmação.

O estatuto social estabelece que o chefe do Banco do Brasil é nomeado pelo presidente da República —portanto, coube a Jair Bolsonaro (sem partido) oficializar a escolha.

Novaes defendia a escolha de um dos vice-presidentes do próprio banco para o seu lugar, e indicou os nomes de Fábio Barbosa e Mauro Ribeiro Neto em sua carta de demissão apresentada ao ministro Paulo Guedes (Economia).

O ministro, no entanto, queria alguém de mercado, com perfil parecido ao do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto —e o nome de André Brandão se encaixaria neste perfil.

Novaes deixou o banco afirmando que "a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário".

Auxiliares de Guedes afirmam que Novaes, que tem 74 anos, demonstrava cansaço e teria feito o pedido para ficar perto da família no Rio de Janeiro.

Muito próximo a Novaes, o ministro da Economia ficou sabendo da decisão há cerca de um mês. Guedes havia comentado recentemente que Novaes estava "cansado", mas assessores não esperavam que a saída se concretizasse tão rápido.

No início deste mês, o presidente demissionário afirmou, em entrevista com jornalistas, que o ministro da Economia gostaria de mantê-lo na equipe econômica depois de sua saída da gestão do banco público.

“O Paulo [Guedes] gostaria que eu continuasse [no governo] e eu também, mas ainda não definimos como se daria a minha participação na equipe econômica”, afirmou.

Segundo Novaes, no entanto, ainda não existe nenhuma formalização sobre sua permanência no governo.

A expectativa é que o executivo ocupe a função de assessor especial do Ministério da Economia. Novaes desempanharia a função no Rio de Janeiro.

André Brandão tem uma carreira de mais de 30 anos no mercado financeiro, atuando principalmente com o atacado do setor bancário.

Entre 2012 e 2016, Brandão foi presidente da filial brasileira do HSBC, período no qual o banco encerrou sua operação no varejo no país. Em 2016, o HSBC Brasil foi comprado pelo Bradesco por US$ 5,2 bilhões (o equivalente a R$ 17,6 bilhões na época).

Desde então, o executivo foi realocado para Nova York. Entre 2016 e 2018, ele foi responsável pelas áreas de global banking and markets do HSBC para a Europa. Em seguida, ocupou a mesma área voltada para as Américas (Canadá, EUA e América Latina), posição em que esteve até agora.

Brandão também esteve envolvido com a agenda ambiental, chefiando o conselho de negócios do clima do HSBC. Em nota de divulgação de uma pesquisa feita sobre o tema, de 2016, o executivo brasileiro apontou a necessidade de maior transparência das empresas nessa frente para impulsionar investimentos verdes e o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.

Brandão está no HSBC desde 1999. Antes, trabalhou por 11 anos no Citibank em São Paulo e Nova York. Ele é formado em ciência da computação pela Universidade Mackenzie.

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