Guedes diz que 2020 será ano perdido do ponto de vista fiscal

Ministro quer acelerar agenda de reformas e acredita que terá apoio do Congresso, inclusive para grandes privatizações

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Brasília

O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta quinta-feira (6) que 2020 será um ano perdido do ponto de vista fiscal, mas ele prometeu que, em 2021, a agenda reformista e de ajuste fiscal será retomada, com forte queda nas despesas públicas.

“Nós temos menos tempo. Nós temos um ano a menos. Nós perdemos um ano do ponto de vista fiscal”, afirmou, reforçando que, apesar disso, os sinais vitais da economia foram preservados.

Ele declarou ainda que, nos próximos 60 dias, irá apresentar uma proposta de privatização de três ou quatro grandes estatais e disse acreditar que o Congresso irá apoiar a ideia.

Segundo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dá suporte à equipe econômica para o andamento da agenda de reformas e de privatizações.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, de máscara preta
Ministro da Economia, Paulo Guedes, na cerimônia de sanção do novo marco legal do saneamento - Pedro Ladeira - 15.jul.2020/Folhapress

O ministro participou de debate sobre os desafios econômicos no contexto da pandemia da Covid-19 promovido pela FIL (Fundação Internacional para a Liberdade), presidida por Mario Vargas Llosa, vencedor do prêmio Nobel de literatura.

Para o próximo ano, o ministro defendeu que a agenda reformista e de ajuste fiscal seja mais profunda e até mais rápida do que o planejado anteriormente “para recuperar o espaço fiscal perdido neste ano por causa da pandemia”.

Sobre a reforma tributária, que o governo tenta aprovar no Congresso, o ministro disse que, por falta de espaço no Orçamento, não consegue eliminar os tributos sobre a mão de obra, mas, pelo menos, pretende reduzir alguns encargos trabalhistas. Para isso, o governo estudo um novo imposto, a incidir sobre transações digitais.

A ideia, reforçou Guedes, é que a reforma tributária não represente um aumento de impostos.

Em meio à pressão por aumento de gastos públicos, o ministro afirmou, no evento Aspen Security Forum, que a classe política sempre quer ampliar as despesas, mas que cabe ao governo controlar as contas.

“Políticos sempre vão pedir por mais dinheiro. Sem problemas. Nosso papel é fazer o que tem que ser feito”, declarou o ministro, ao ser questionado sobre declaração do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em entrevista ao jornal O Globo, em defesa do aumento de despesas, especialmente com investimentos.

Segundo o ministro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entende a importância do controle dos gastos públicos.

No evento, Guedes foi questionado também sobre a política ambiental do governo. O ministro reagiu.

“Entendemos a preocupação de vocês (norte-americanos), porque vocês devastaram suas florestas”, respondeu o ministro. Ele voltou a afirmar que o Brasil tem uma matriz energética limpa e que os militares e o presidente Bolsonaro amam a floresta.

O governo vem sendo pressionado, inclusive por investidores estrangeiros, a adotar medidas para combater o desmatamento na Amazônia.

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