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Jovens e recém-nascidos podem ser mais impactados por pandemia, diz Enap

Pesquisa aponta aumento na chance de não inserção no mercado de trabalho e de menor produtividade

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Brasília

Estudo elaborado pela Enap (Escola Nacional de Administração Pública), fundação vinculada ao Ministério da Economia, aponta efeitos de longo prazo de uma pandemia como a da Covid-19 e conclui que recém-nascidos e jovens entrando no mercado de trabalho podem ser mais afetados pela crise sanitária.

A pesquisa parte do pressuposto que as consequências da pandemia não se restringem aos efeitos imediatos no setor de saúde, mas geram impactos futuros em outras dimensões, como trabalho, educação, desigualdade social e violência doméstica.

O estudo usou como base pesquisas feitas em diversos países após situações como gripe espanhola, ebola, terremotos, enchentes e furacões.

Entre as conclusões, o documento aponta que crianças expostas ao estresse materno durante a gestação podem apresentar baixo peso ao nascer, o que influencia o desenvolvimento cognitivo futuro e impacta no processo de aprendizagem após a pandemia.

A exposição a choques desse tipo também tende a ampliar taxas de mortalidade infantil, deficiência física, problemas respiratórios e de nutrição.

Para indivíduos expostos diretamente à pandemia, segundo o estudo, há registro de aumento de ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. É observada ainda uma redução média de notas escolares.

Em relação ao emprego e à renda, a pesquisa aponta um aumento na chance de não inserção no mercado de trabalho, além de uma menor produtividade.

“Talvez o que mais nos preocupa hoje em dia é que essas pessoas que estão ingressando no mercado de trabalho hoje adverso, a gente documentou uma diminuição permanente de renda ao longo da vida. Quando você inicia a trajetória laboral nesse cenário, você tende a iniciar em ocupação inferior, e isso tem repercussões permanentes”, disse o pesquisador da Enap Daniel Lopes.

A pesquisa afirma que o histórico de episódios desse tipo aponta para um aumento da pobreza e da desigualdade social, bem como maiores taxas de violência doméstica em razão de traumas psicológicos e restrições financeiras.

Os autores propõem medidas para mitigar os efeitos negativos da pandemia no futuro. Entre as ações, estão investimentos durante o período da primeira infância e a aplicação de recursos financeiros adicionais durante a crise sanitária.

Na área de educação, é sugerido um reforço na alimentação das mães em período pré-natal, isenção de taxas acadêmicas e desenvolvimento eficaz de um ambiente de ensino virtual.

Os autores ainda sugerem a ampliação de programas de proteção social, promoção de treinamentos e qualificação e incentivo ao home office, bem como apoio a empresas, com redução de impostos.

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