Lucro da Caixa cai 39% no 2º tri com aumento da reserva para calotes e queda nos serviços

Foram pagos R$ 303 bilhões em benefícios do governo a 131,7 milhões de pessoas pelo banco

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São Paulo

A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de R$ 2,558 bilhões no segundo trimestre de 2020, uma queda de 39,3% em relação ao mesmo período de 2019 e de 16,1% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

O menor resultado se deve ao aumento das provisões contra calotes que foi a R$ 2,8 bilhões, 40% a mais em relação aos três primeiros meses deste ano, e ao aumento de 5% de despesas administrativas, que chegou a R$ 8,3 bilhões com a abertura das agências aos sábados e em horário estendido.

Filas para atendimento nas agências da Caixa Econômica Federal
Filas para atendimento nas agências da Caixa Econômica Federal; banco teve queda de 39% no lucro no segundo trimestre - Rubens Cavallari/Folhapress

Ao mesmo tempo, os clientes foram menos ao banco para operações não relacionadas ao recebimento de benefícios do governo, o que levou a um ganho menor com prestação de serviços, que caiu 18,8% em relação a 2019, para R$ 5,39 bilhões.

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o banco reduziu o foco comercial no segundo trimestre para o pagamento do auxílio emergencial, mas os serviços estão se recuperando no terceiro trimestre. “Em abril, a gente parou o banco para o recebimento do auxílio.”

Foram pagos R$ 254 bilhões de auxílio a 70 milhões de brasileiros até esta segunda (24). De abril a junho, foram pagos R$ 173,4 bilhões.

O Bem (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda) já foi pago a 4,8 milhões de pessoas, totalizando R$ 11 bilhões.

O saque emergencial do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) foi de R$ 37,8 bilhões para 60 milhões de pessoas. No segundo trimestre foram R$ 18,3 bilhões pagos a 23,8 milhões.

Segundo a Caixa, foram R$ 303 bilhões em pagamento dos três benefícios a 131,7 milhões de pessoas, com 40 milhões de novos bancarizados no processo e 36 milhões que não estavam nos cadastros do governo anteriormente.

O banco estima que 8 em cada 10 brasileiros adultos estava recebendo benefícios do governo pelo banco. A conta considera 121 milhões de benefícios distribuídos entre 66,4 milhões de assistidos pelo auxílio emergencial, 60 milhões de atendidos pela liberação do FGTS e também 4,6 milhões dos afetados pelos cortes salariais (cujo programa foi batizado de BEm).

Ao divulgar os 121 milhões de benefícios, a Caixa não tirou as sobreposições existentes. Um mesmo trabalhador pode ter direito ao saque do FGTS e ao BEm, ou ao auxílio emergencial e ao FGTS, por exemplo.

A carteira de crédito ampla da Caixa foi a R$ 720,1 bilhões, com uma evolução de 2,9% em relação ao primeiro trimestre.

A contratação de crédito imobiliário, principal negócio do banco, foi de R$ 27,3 bilhões, um aumento de 30,8%, com destaque para o SBPE, que cresceu 83,7% em comparação a 2019 e foi a R$ 10,6 bilhões, renovando o recorde do primeiro trimestre.

A modalidade foi impulsionada pelo financiamento atrelado ao IPCA, cujas taxas anuais variam de 2,95% + IPCA a 4,95% + IPCA. Como o IPCA ficou negativo em abril e maio e o banco ofertou seis meses de carência em maio, o produto ficou mais atrativo.

Guimarães reforçou que o financiamento pelo SBPE é um dos focos de sua gestão, elevando a participação da Caixa neste mercado de 24% em janeiro de 2019 para 51% em agosto.

O banco afirma que no primeiro semestre de 2020 foram assinados 2.000 contratos de crédito imobiliário por dia, sendo que 873 mil pessoas compraram sua casa própria. “É o segmento que passou melhor pela pandemia”, diz o presidente.

Pela pausa temporária nas cobranças, o banco viu a inadimplência cair de 3,14% para 2,48%.

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