Descrição de chapéu Reforma tributária

Maia afirma que reforma tributária da Câmara tem apoio de governadores e prefeitos

Presidente da Câmara disse acreditar que a proposta agrega mais apoio, inclusive do setor privado

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Brasília

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (6) que governadores e prefeitos querem aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de reforma tributária que tramita na Câmara.

Em debate com empresários do setor de infraestrutura promovido pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), Maia defendeu a PEC 45/2019, de autoria do líder do deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Segundo ele, governadores e prefeitos –exceto os das capitais– apoiam a proposta.

“Acho que começou a ter apoio. Segunda-feira estive com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que fez críticas à CBS, mas apresentou as propostas e disse que apoiava a PEC 45. Os governadores estão caminhando para aprovar a PEC 45. Os prefeitos quase todos, tirando os das capitais, querem a PEC 45. Acho que crise é uma boa oportunidade para a gente conseguir enfim avançar no debate da reforma tributária.”

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, participa de seminário em Brasília
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, participa de seminário em Brasília - Mateus Bonomi - 30.jul.2020/Folhapress

A PEC 45, que tem o economista Bernard Appy como idealizador, substitui cinco impostos que incidem sobre o consumo (ICMS, PIS, Cofins, ISS e IPI) por apenas um, chamado de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Já a CBS proposta pelo governo sugere apenas a unificação de PIS e Cofins.

Para Maia, mesmo sendo uma emenda constitucional -- que exige uma votação mais robusta nas duas Casas, o IBS deve ter mais apoio. Por ser uma mudança na Constituição, é necessário que ela seja aprovada com pelo menos 308 votos na Câmara e 49 votos favoráveis no Senado.

“Nós estamos discutindo o IBS e o CBS juntos. Eu acredito que IBS vai ter mais voto que o CBS, por mais que seja emenda Constitucional. Porque como ele ataca todos os cinco impostos, todos os entes federados, eu acho que vai agregar mais apoio, inclusive do próprio setor privado. É o que estou sentindo.”

No fim de julho, a Folha mostrou que prefeitos de cidades com mais de 100 mil habitantes querem evitar a inclusão do ISS na reforma tributária, uma vez que o imposto abastece uma fatia importante da arrecadação desses municípios.

Nessa quarta, Guedes foi questionado por deputados e senadores na reunião da comissão mista para discutir a reforma. Durante a audiência, o ministro foi cobrado pelo relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e por outros parlamentares sobre o envio da proposta completa do governo para as mudanças no sistema tributário.

Aguinaldo Ribeiro voltou a defender uma reforma mais ampla e que inclua estados, e sugeriu que o governo envie a proposta inteira de reforma. O deputado usou uma metáfora musical para defender que a equipe econômica encaminhe um único texto com todas as alterações que quer fazer no sistema.

“Se a gente pensar como sinfonia, e o ministro aqui falou em movimentos, primeiro movimento, segundo movimento, terceiro movimento...eu queria sugerir que, como vamos ter pouco tempo para a apresentação dessa sinfonia, nós pudéssemos avançar na discussão e que tivemos uma única apresentação dessa sinfonia como um todo, juntando todos esses movimentos, para fazer um debate mais amplo”, afirmou.

Guedes também tentou defender a criação de um novo imposto, ideia que vem sido aventada pela equipe do ministro desde o ano passado. Segundo ele, o novo tributo sobre pagamentos tem sido chamado de CPMF (Comissão Provisória sobre Movimentações Financeiras) por maldade ou ignorância.

"As pessoas inadequadamente, por maldade ou ignorância, falam que é CPMF. Mas não tem problema, o tempo é senhor da razão. Vamos seguindo em frente", afirmou.

O tributo pensado por ele seria aplicado a pagamentos, em especial sobre serviços e comércio eletrônico, com alíquota de pelo menos 0,2%. De acordo com os estudos do Ministério, renderia ao menos R$ 120 bilhões

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