Descrição de chapéu Folhainvest

Investidor do Tesouro Direto já sente oscilações das taxas de juros

Títulos atrelados à inflação renderam quase 15% apenas em julho

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O sobe e desce das taxas de juros tem provocado muitas perdas e ganhos para os investidores do Tesouro Direto. Em julho, por exemplo, alguns títulos atrelados à inflação renderam quase 15%, embora ainda acumulem no ano resultado negativo.

Há três tipos de títulos disponíveis para compra por pessoas físicas. Os pós-fixados (Tesouro Selic) são corrigidos pela taxa básica. Sempre se valorizam, tendo acumulado resultado positivo de cerca de 4% em 12 meses.

Os papéis com juros prefixados (Tesouro prefixados) só garantem a rentabilidade contratada no dia da compra para quem carrega os títulos até o vencimento. Até lá, os preços variam de acordo com os juros de mercado.

Tanto papéis atrelados à inflação quanto os com juros prefixados estão com variações grandes de rentabilidade - Gabriel Cabral/Folhapress

Com a tendência de redução de juros pelo BC desde 2019, acumulam retorno entre 6% e 12% em 12 meses.

Os títulos que pagam juros mais a correção pela inflação (Tesouro IPCA, também chamado de NTN-B) também têm variações de preços frequentes. O título Tesouro IPCA+ 2035, por exemplo, rendeu 2,5% em 12 meses, -2,5% no ano, 8,9% no mês passado e -0,02% nos últimos 30 dias.

Mauro Rached, sócio da Integral Investimentos, afirma que o papel prefixado com vencimento em 2025, por exemplo, variou durante a crise dos patamares de 5% a quase 9%. Os papéis indexados à inflação têm tido comportamento semelhante.

"As NTN-Bs [Tesouro IPCA] reagem mais a questões ligadas ao longo prazo. Elas têm uma tendência a se manter voláteis, porque temos no cenário uma questão muito forte que é a das reformas, que mexem com a noção de compromisso do governo com a manutenção do teto de gastos e a austeridade fiscal. A gente vai assistir nos próximos meses a muita incerteza em relação a esse compromisso, e isso vai impactar as expectativas na curva mais longa."

André Pimentel, diretor de Investimentos da Infinity Asset, diz que essas oscilações também têm garantido bons resultados em algumas aplicações classificadas como renda fixa, como mostram os índices de mercado baseados em títulos públicos.

"Se alguém está querendo rentabilidade, não dá para dizer que não tem no Brasil. A de curto prazo é baixa, mas não existe só isso. Você ainda tem uma taxa de 7% na curva longa, juro real de prazo mais longo com 4% mais IPCA. É muita taxa quando comparada com o mundo. Dez vezes a taxa de dez anos nos EUA", afirma.

"Há renda fixa fora da Selic. Muita gente só fala em renda variável, mas ainda tem um prêmio razoável na renda fixa."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.