A agência de classificação de risco S&P elevou nesta segunda-feira (7) o rating de crédito soberano de longo prazo da Argentina, retirando-a do território de default após o país reestruturar com sucesso mais de US$ 100 bilhões (R$ 530 bilhões) em dívida soberana.
A agência elevou o rating do país de 'SD' para 'CCC+', ou default seletivo, citando a conclusão de reestruturações de dívidas "complexas" que reduzirão significativamente os pagamentos de cupons nos próximos anos.
"Este importante passo à frente oferece a oportunidade para o governo articular um plano mais amplo para enfrentar os vários desafios macroeconômicos pós-pandemia", afirmou o documento.
A Argentina reestruturou na última semana cerca de US$ 65 bilhões (R$ 344 bilhões) em títulos estrangeiros e mais de US$ 40 bilhões (R$ 212 bilhões) em dívida em moeda estrangeira emitida de acordo com a legislação local, uma grande vitória para o país que está mergulhado em recessão e inadimplência.
O país agora precisa voltar suas atenções para negociar um novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para substituir uma linha de crédito fracassada de US$ 57 bilhões (R$ 302 bilhões) de 2018 e manter conversações com grupos de credores do Clube de Paris.
O país também enfrenta seu terceiro ano seguido de recessão, com projeções de contração de 12% neste ano, inflação alta, esvaziamento de reservas e aumento da pressão sobre o peso.
A S&P deu à Argentina uma perspectiva "estável", embora a agência tenha dito que poderia rebaixar o país novamente se quaisquer "desenvolvimentos políticos negativos inesperados minem as perspectivas de recuperação econômica e por alguma reversão da deterioração fiscal em 2020".
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