Bolsa cai mais de 2%, perde os 100 mil pontos e vai ao menor patamar desde julho

Ações de tecnologia voltam a cair e derrubam índices nos EUA; dólar sobe para R$ 5,32

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São Paulo

Nesta quinta-feira (10), a Bolsa de Valores brasileira fechou em queda de 2,4%, a 98.834 pontos, menor patamar desde 13 julho, pressionada pela forte queda de Petrobras, Vale e bancos.

Na sessão, o preço do petróleo caiu com o aumento dos estoques do óleo nos Estados Unidos. O barril do tipo Brent (padrão internacional) recua 2,4%, a US$ 39,80, ao fim do pregão, derrubando os papéis da Petrobras.

Vista de painel do índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores paulista, a B3
Vista de painel do índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores paulista, a B3; índice voltou aos 98 mil pontos nesta quinta (10) - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress

As ações preferenciais (mais negociadas) da estatal caíram 2,7%, a R$ 22,12, e as ordinárias (com direito a voto) recuaram 3,8%, a R$ 22,15.

Nas Bolsas do exterior, o viés foi negativo. Na Europa, a manutençãod a taxa de juros em -0,5% pelo BCE (Banco Central Europeu) e de dar continuidade, por tempo indefinido, ao programa de compra de títulos públicos e privados não animou o mercado. O índice Stoxx 600, que reúne as maiores emrpesas da região, caiu 0,6%.

Nos EUA, ações de tecnologia voltaram a cair, levando a Nasdaq a fechar em queda de 2%. S&P 500 e Dow Jones recuaram 1,8% e 1,4%, respectivamente.

Investidores também repercutiram um número maior do que o esperado de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada. Foram 884 mil, igualando os pedidos recebidos na semana anterior, informou o Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta.

Analistas veem que o mercado de trabalho está se acomodando em um caminho mais gradual de recuperação diante da pandemia de Covid-19.

Em comentário a clientes, o Goldman Sachs observou que a confiança na recuperação do crescimento global depende de pelo menos duas coisas: vacina e estímulos econômicos.

"Até o momento, os mercados e as economias receberam muitos estímulos, mas nenhuma vacina — embora o progresso em direção à aprovação de uma vacina pela FDA (agência regulatória dos EUA) continue", disse o banco.

No Brasil, nem as vendas no comércio acima do esperado em julho conseguiram sustentar a alta das ações de varejo, tampouco a queda nos pedidos de seguro-desemprego para 463.835 em agosto.

Com o viés negativo do pregão, as ações de bancos recuaram cerca de 3%.

A Vale teve queda de 2,45%, a R$ 58,53, impactada pelo recuo de 1,3% no preço do minério de ferro na China.

A Localiza teve a maior desvalorização do Ibovespa da sessão, com queda de 5,4%. O pregão foi negativo para o setor de aluguel de veículos e gestão de frota, com Movida e Unidas, que não estão no índice, recuaram 3,23% e 3,77%, respectivamente.

A maior alta da sessão foi do GPA (Grupo Pão de Açúcar), após anunciar na véspera estudos para a cisão de seu braço de atacarejo Assaí. As ações do Grupo subiram 14,8%, a R$ 71,35.

A Gol teve alta de 2%, a R$ 20,25, após divulgar que fechou agosto com cerca de R$ 2,1 bilhões em liquidez total e que o consumo líquido de caixa diário em agosto recuou 91% ante julho, a R$ 6 milhões. Na visão do Bradesco BBI, a Gol está no caminho de emergir da crise desencadeada pelo Covid-19.

O dólar subiu 0,3%, a R$ 5,32. O turismo está a R$ 5,61.

Na sexta (11), a rede de produtos para animais Petz, controlada pela empresa de private equity Warburg Pincus, estreia na Bolsa brasileira, com o ticker PETZ3. A sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) movimentou R$ 3,03 bilhões, sendo o maior IPO do ano até o momento.

A operação foi precificada a R$ 13,75 por ação, dentro da faixa estimativa de preço para o IPO era entre R$ 12,25 e R$ 15,25.

A Petz planeja usar os recursos da oferta primária para abrir novas lojas e hospitais veterinários. Atualmente a empresa tem 110 lojas.

Itaú BBA, Santander Brasil, Bank of America, JPMorgan e BTG Pactual coordenam a oferta.

Apesar da crise do coronavírus, as vendas da Petz aumentaram 36,6% no primeiro semestre antem mesma etapa de 2019, a R$ 731,6 milhões, com a abertura de novas lojas e o aumento das vendas online.

(Com Reuters)

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