Descrição de chapéu Caixin

China cresce na venda de equipamentos médicos e exportações registram maior resultado em 17 meses

Superávit comercial com os EUA atinge nível mais alto desde o final de 2018; remessas de têxteis, incluindo máscaras, aumentaram 47% em agosto

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Tang Ziyi
Pequim | Caixin

As exportações de bens da China tiveram em agosto a taxa mais alta de crescimento em 17 meses, impulsionadas pela recuperação da demanda externa e um aumento nas remessas de suprimentos médicos para países que lutam contra a Covid-19, enquanto as importações caíram pelo segundo mês consecutivo, segundo dados oficiais.

As exportações aumentaram 9,5% ano a ano, para US$ 235,3 bilhões no mês passado, acelerando em comparação com o aumento de 7,2% em julho. Foi a expansão mais rápida desde março de 2019, segundo dados divulgados na segunda-feira (7) pela Administração Geral das Alfândegas. A leitura superou a previsão mediana de crescimento de 6% em uma pesquisa com economistas feita pela Caixin.

O desempenho foi impulsionado em parte pelas exportações de equipamentos médicos, que cresceram 38,9% em termos anuais em dólares em agosto. A taxa foi muito mais lenta do que o aumento de 78% em julho, mas ainda mais rápida que a média. Além disso, as remessas de têxteis, incluindo máscaras, aumentaram 47% no mês passado, marcando o quinto mês consecutivo de crescimento de dois dígitos, embora o ritmo tenha sido ligeiramente inferior à taxa de julho.

Estudantes em Wuhan, na China - 1º.set.2020/AFP

Louis Kuijs, chefe de economia da Ásia na empresa de pesquisas Oxford Economics, disse esperar que o crescimento das exportações permaneça robusto pelo resto do ano, à medida que a economia global se recupera. "Prevemos um aumento recorde de crescimento global no terceiro trimestre devido à redução das restrições de bloqueio, seguido por um crescimento sólido, embora mais lento, no quarto trimestre", disse ele em nota na segunda-feira.

Ainda assim, Kuijs alertou que as perspectivas de exportação continuam ameaçadas pelo fato de que várias outras grandes economias ainda não contiveram seus surtos de Covid-19.

Além disso, os dados de segunda mostraram que as importações da China tiveram queda de 2,1% em relação ao ano anterior em agosto, para US$ 176,3 bilhões, mais acentuada que a de 1,4% no mês anterior.

A leitura veio abaixo da previsão mediana da pesquisa Caixin de crescimento de 0,8%.

Os valores das importações começarão a se expandir novamente em pouco tempo, puxados pela aceleração do crescimento do crédito e pelo estímulo contínuo liderado pela infraestrutura, disseram economistas da Capital Economics em nota de pesquisa divulgada na segunda-feira.

O superávit comercial da China diminuiu de US$ 62,3 bilhões em julho para US$ 58,9 bilhões em agosto. O superávit comercial da China com os Estados Unidos aumentou 27%, para US$ 34,2 bilhões, no mês passado em relação ao ano anterior, o maior nível desde o final de 2018.

A economia chinesa continuou melhorando após a epidemia, mas a recuperação poderá ser menos forte do que antes, disseram alguns economistas.

A Oxford Economics disse que reduziu sua projeção de crescimento econômico anual no quarto trimestre de 2,5% para 2,3%, já que várias outras grandes economias continuam lutando contra a pandemia de coronavírus, e as medidas de estímulo chinesas perdem um pouco seu vigor.

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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