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França lança pacote de retomada com verba para 'transição ecológica'

Plano inclui investimentos em energia limpa e inovação industrial; governo calcula contração de 11% do PIB este ano

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Londres | Financial Times

A França lançou um plano de 100 bilhões de euros para resgatar sua economia da crise do coronavírus, com grandes investimentos em energia ecológica e transportes, bem como em inovação industrial.

Ao anunciar o plano “France Relance” (relançamento da França), nesta quinta-feira (3) em Paris, o primeiro-ministro Jean Castex declarou que sua “ambição histórica e dimensão” o tornavam quase quatro vezes maior que o plano nacional adotado depois da crise financeira de 2008".

Avaliado em 4% do Produto Interno Bruto (PIB) francês, o plano era “o mais maciço” entre os anunciados na Europa até agora, com relação ao tamanho da economia nacional, ele disse.

Ministros disseram que 30 bilhões de euros da verba do plano seriam gastos em “transição ecológica”, o que inclui 9 bilhões de euros no desenvolvimento do setor de hidrogênio e outras tecnologias ecológicas, 4,7 bilhões de euros para as ferrovias estatais e 6,7 bilhões de euros na melhora do isolamento térmico das moradias e edifícios públicos.

O presidente francês Emmanuel Macron em Beirute, Líbano - Gonzalo Fuentes/Reuters

Outros 35 bilhões de euros serão dedicados a promover a competitividade industrial e inovação, entre os quais 20 bilhões de euros em redução de impostos sobre a produção da indústria e um bilhão de euros para ajudar a “trazer de volta” negócios estratégicos em setores como a saúde e tecnologia da informação. Os 35 bilhões de euros restantes se destinarão a “coesão social e regional”, e incluirão projetos de criação de empregos e de capacitação profissional para jovens trabalhadores.

A França calcula que sua economia vá sofrer uma contração de 11% este ano como resultado da pandemia e do lockdown nacional que durou da metade de março à metade de maio, e o Estado já gastou dezenas de bilhões de euros para evitar falências em massa e uma disparada no desemprego.

A dívida do setor público deve crescer a 120% do PIB, ante o nível de 100% que ela detinha antes da pandemia.

Castex e o ministro francês das finanças, Bruno Le Maire, disseram antecipar que a economia retorne ao nível anterior à crise por volta de 2022, como resultado dos grandes investimentos previstos no plano, dos quais 40 bilhões de euros virão de verbas da União Europeia oferecidas pelo programa de recuperação de 750 bilhões de euros criado pelo bloco econômico, em um acordo intermediado em julho pelo presidente francês Emmanuel Macron e pela chanceler [primeira-ministra] alemã Angela Merkel.

“É um objetivo ambicioso mas perfeitamente atingível”, disse Castex, acrescentando que o governo não repetiria os erros cometidos em crises passadas, de elevar as alíquotas de impostos a fim de cobrir os gastos, e em lugar disso geraria crescimento para aumentar a arrecadação tributária geral das autoridades. “Os impostos não vão subir”, ele declarou.

Tradução de Paulo Migliacci

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