Descrição de chapéu inflação juros

Inquilino deve tentar negociar contrato de aluguel para escapar de reajuste

Locatários terão de pesquisar valores na região onde moram

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São Paulo

Os inquilinos com contratos prestes a vencer deverão se preparar para negociar seus aluguéis.

O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), conhecido como a inflação do aluguel, fechou o período de 12 meses até setembro com alta de 17,94% e poderá ser aplicado sobre os contratos com vencimento em outubro.

Se o aumento integral for aplicado, os valores mais caros serão pagos a partir de novembro. De um aluguel de R$ 1.000 pagos neste mês, o locatário passará a pagar R$ 1.179,40.

Apesar da disparada no índice, o vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP (sindicato da habitação), Adriano Sartori, diz que o comportamento do mercado é que deve regular a situação dos contratos que estão próximos do vencimento.

“A realidade no setor residencial é de que ainda estávamos saindo de uma recessão e o aluguel ainda não tinha subido muito quando veio a pandemia”, diz.

José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), prevê meses de muita negociação entre locadores e locatários. A instabilidade decorrente da crise econômica torna o cenário favorável a essas tratativas.

“Se o inquilino for bom, cuida do imóvel e paga em dia, é melhor negociar a correr o risco de ficar com o imóvel desocupado, o que dá um prejuízo imenso”, diz.

Neto considera que a aplicação integral do índice seria “fora da realidade”. “Tem que ter negociação ou vai apertar demais. Ninguém teve reajuste de salário nesse patamar e muitos ainda estão com redução, não tem condições.”

O economista Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e coordenador do índice Fipezap, recomenda que os inquilinos com contratos próximos ao vencimento busquem saber os valores médios dos aluguéis onde moram.

Entender se o próprio contrato está acima ou abaixo da média da região pode ser um instrumento importante de negociação.

Como a maioria dos alguéis são firmados por um periódo de 36 meses, é possível que o valor cobrado esteja defasado. Ao mesmo tempo, ele pode ser sido fechado em um período de valorização da região, que depois se estabilizou.

"O grande conselho que a gente pode dar é que antes de tentar qualquer novo acordo, o inquilino pesquise o mercado, até para ter argumentos", afirma o economista da Fipe.​

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