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Fintechs vão oferecer microcrédito progressivo a microempreendedores

Empréstimo poderá ser de até R$ 2.000 com prazo de um mês e juros entre 2% e 5%

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São Paulo

As fintechs IOUU e Baduk fizeram uma nova parceria para oferecer microcrédito produtivo a microempreendedores. A linha terá prazo de um mês e funcionará de maneira progressiva a partir de R$ 200 e até R$ 2.000.

Os juros, por sua vez, serão regressivos e vão variar entre 2% e 5%: o primeiro empréstimo custará 5% ao empreendedor e, a cada nova concessão, a taxa cobrada cai 0,5%.

A linha será voltada apenas para microempreendedores de baixa renda e servirá para ajudá-los a investir em seu negócio. De maneira geral, a Baduk fica responsável pela análise de crédito de microempreendedores e a IOUU da captação dos recursos junto a investidores –que também receberão retornos entre 2% e 5%.

Fintechs vão lançar microcrédito produtivo progressivo voltado a microempreendedores
Fintechs vão lançar microcrédito produtivo progressivo voltado a microempreendedores - Divulgação

Segundo o presidente da IOUU, Bruno Sayão, o piloto do projeto começou a rodar voltado apenas para o público feminino –com empréstimos para 20 empreendedoras– e deve começar a expandir nacionalmente ao longo dos próximos meses.

“É um crédito que funciona na base da confiança. Fazemos o primeiro empréstimo e, caso o empreendedor pague direitinho, um valor maior é liberado para ele no próximo mês, com juros menores. Começamos em São Paulo e, agora, o foco é expandir para outras partes do Brasil. A expectativa é adicionar uma nova cidade a cada mês e 10 novos empréstimos por semana”, afirmou Sayão.

As linhas de microcrédito bancário também costumam ter um ticket médio em torno de R$ 2.000. A diferença fica por conta do prazo –que costuma ser maior, cerca de sete meses– e pelas taxas de juros que, em média, ficam em 2,44% ao mês, segundo dados do Banco Central do segundo trimestre deste ano.

Para o cofundador da Baduk, André Szapiro, outra diferença da linha será a maior facilidade do microempreendedor em tomar crédito, já que não necessariamente será exigida uma garantia.

“Nem sempre os microempreendedores conseguem comprovar renda ou dar garantia para pegar um empréstimo nos bancos. Queremos emprestar recursos para essas pessoas que querem desenvolver o seu negócio e precisam de um pontapé inicial. Mas é preciso comprovar que o negócio é bem planejado e que o dinheiro será usado para investir em expansão, e não para pagar contas atrasadas”, disse.

A microempreendedora Jessica Aparecida Ribeiro Soares, 31, dona do Las Pretas –restaurante estilo tex-mex que fica em Taboão da Serra, em São Paulo– participou do projeto piloto de crédito das fintechs já durante a pandemia do coronavírus.

A empreendedora, que dependia de eventos e feiras culturais para vender comida, precisou de recursos para transformar o restaurante em um estabelecimento mais flexível, que pudesse atender públicos mais variados.

“Eu trabalho com o Las Pretas há dois anos e meio, e se tem algo que eu aprendi é que a rede do microcrédito não é muito expansiva, não é para todo mundo. Então normalmente nós vamos no mercado que nos aceita. Não somos nós que escolhemos, é o microcrédito que nos escolhe”, disse.

“Eu sou uma mulher negra e empreendedora. O sistema precisa olhar para os pequenos [negócios] de maneira mais delicada, principalmente em época de pandemia, quando é preciso ser ainda mais visionário para conseguir crescer”, disse Jessica Soares.

Segundo a biomédica e terapeuta integrativa –que une práticas e técnicas de diversas áreas–, Cynthia Chiccarelli, 43, que também participou do projeto piloto de microcrédito das fintechs, o empréstimo a ajudou a impulsionar seu negócio.

“Eu já trabalhava por conta própria há 20 anos, mas foi só recentemente que eu criei o meu site e abri minha empresa de fato. Eu queria algo meu e que, para conseguir, eu não dependesse de mais ninguém além de mim mesma. E pedir dinheiro em banco é muito difícil, às vezes mesmo com score [nota de crédito] alto e histórico impecável você não consegue nem R$ 1000”, afirmou.

A evolução do microcrédito oferecido pelas fintechs acontece conforme o relacionamento junto às instituições. Uma vez que o microempreendedor atinja R$ 2.000 e esteja com todos os pagamentos em dia, a mesma quantia é liberada no mês seguinte, com juros de 2%.

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