A H&M, rede de lojas de roupas de origem sueca, foi multada em € 35,3 milhões (cerca de R$ 234 milhões) por “bisbilhotar” a vida de funcionários na Alemanha.
A empresa foi punida pela agência de proteção à privacidade alemã, por manter desde 2014 registros de dados como religião, composição da família e condições de saúde dos empregados do centro de atendimento aos clientes em Nuremberg, no sudeste do país.
Segundo a investigação, funcionários que voltavam de licença médica ou afastamentos eram entrevistados por seus superiores, que registravam relatos de doença.
Em alguns casos, informações postadas em contas de rede social e aplicativos de conversa também foram armazenadas por gerentes.
A base de dados ficava disponível para até 50 chefes, e as informações eram usadas na avaliação dos subordinados e para decisões sobre demissões.
A prática foi descoberta em outubro de 2019, quando uma falha de configuração deixou os dados visíveis para todas as pessoas da rede da empresa.
A multinacional Hennes & Mauritz AB reconheceu a responsabilidade e vai indenizar todos os funcionários que tenham trabalhado no centro de Nuremberg por pelo menos um mês desde maio de 2018, quando a regulação europeia de proteção de dados (GDPR) entrou em vigor.
A Alemanha é o maior mercado da empresa, que atua em 74 países. Segundo relatório do terceiro trimestre deste ano, as lojas alemãs responderam por 16% do faturamento entre 1º de dezembro de 2019 e 31 de agosto deste ano.
A multa aplicada à H&M é a segunda maior dada a uma única companhia com base no regulamento da União Europeia. A maior delas, de € 50 milhões (R$ 330 milhões), foi aplicada ao Google pela França no ano passado.
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