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Educação financeira vai se tornar ainda mais necessária com open banking

Consumidor precisa ser capacitado para escolher com a chegada do novo sistema

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São Paulo

A primeira das quatro etapas de implementação do sistema no Brasil, prevista inicialmente para começar nesta segunda (30), foi adiada para 1º de fevereiro de 2021. Conforme a Folha revelou, o pedido foi feito por instituições participantes do conselho deliberativo do open banking.

A justificativa, segundo nota do Banco Central, é de que é necessário mais tempo para que sejam desenvolvidas as infraestruturas de suporte ao open banking.

Na semana passada, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, defendeu prorrogar o início do open banking pelo fato de o Brasil ser um país onde acontecem muitas fraudes bancárias e ataques cibernéticos.

Educação financeira será ainda mais importante com a chegada do open banking
Educação financeira será ainda mais importante com a chegada do open banking - Gabriel Cabral - 14.fev.2019/Folhapress

Para ele, o ideal seria um adiamento para outubro de 2021, de modo que os sistemas dos bancos fossem desenvolvidos com calma.

Na opinião de Mardilson Fernandes Queiroz, consultor do departamento de regulação do Banco Central, a data de início do open banking não é tão determinante, já que se trata de um processo que vai evoluindo, agregando novas interfaces e modelos de negócio.

Na Inglaterra, país considerado modelo em open banking, a adesão dos clientes foi pequena no início, mas, no final de 2019, já havia mais de um milhão de interessados.

“No Brasil, temos um universo bem extenso de fintechs que vem crescendo e algumas muito focadas em crédito, então estamos prontos para o open banking. Mas esse conflito entre instituições com opiniões diferentes é natural”, diz Carlos Ragazzo, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), que estuda regulação financeira.

O professor da FGV enfatiza a importância de fortalecer a educação financeira dos clientes, de modo que façam as melhores escolhas.

“O open banking vai trazer uma pluralidade de oferta, mas as pessoas precisam ser capacitadas para escolher e reduzir os riscos de ter um resultado negativo.”

Em relação à segurança de dados, Queiroz retoma a resolução 4.658 do Bacen, publicada em 2018, que assegura uma política de segurança cibernética para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de instituições financeiras.

Ele diz que os riscos não são maiores do que usar aplicativos, internet banking ou até o caixa automático do banco. “É uma preocupação, sim. Como tudo, ela tem que estar no âmbito das discussões, mas não é um problema.”

O presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, acrescenta que a nova fase do sistema financeiro vai exigir atualização constante das ferramentas antifraude, o que vem acontecendo nos últimos anos graças a avanços como a inteligência artificial.

“Tudo que fazemos no mundo em relação a hackers é uma evolução. Com o tempo, as ferramentas vão se aperfeiçoando”, diz Paro.

O seminário Open Banking contou com patrocínio da Mastercard. A mediação foi feita pela editora de Mercado da Folha, Alexa Salomão.

​Os vídeos dos debates estão disponíveis no site do jornal.

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