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Diogo de Sant'Ana

Empresas de tecnologia e aplicativos são agentes que criam renda

Flexibilidade dos apps foi essencial para que centenas de milhares de brasileiros tivessem alternativa para garantir o sustento da família

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Diogo de Sant'Ana

Diretor-executivo da Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia)

A revolução da economia digital permitiu a criação de bens e serviços mais dinâmicos, mais acessíveis e que atendem novas demandas de consumidores e cidadãos.

De acordo com estimativas da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), aproximadamente 25% dos negócios no mundo já acontecem por esse meio e calcula-se que ele irá movimentar US$ 100 trilhões nos próximos dez anos em todos os segmentos produtivos.

No Brasil, o movimento não é diferente. Na contramão de setores da economia tradicionais, que têm fechado postos de trabalho, empresas de tecnologia e aplicativos são agentes dinâmicos que criam renda.

Segundo o Instituto Locomotiva, em 2019 quase 45 milhões de brasileiros utilizaram alternativas colocadas em prática pelas inovações da economia digital para obter seu sustento.

Esses números incluem os 5,5 milhões cadastrados em plataformas de transporte privado de passageiros e delivery, e também as milhões de pessoas que utilizam a internet e as redes sociais para o desenvolvimento de negócios e prestação de serviços.

Em muitos casos, as alternativas abertas por empresas de tecnologia e apps beneficiam exatamente as camadas da população com mais dificuldade de entrada ou recolocação no mercado de trabalho.

Diante de um cenário econômico crítico, combinando alto desemprego e cuidados necessários para combate à pandemia do coronavírus, a flexibilidade dos apps foi essencial para que centenas de milhares de brasileiros —entre motoristas, entregadores, restaurantes, comerciantes e micro empresas— tivessem uma alternativa para garantir o sustento de suas famílias.

Em diálogo com o poder público e parceiros, empresas associadas à Amobitec destinaram mais de R$ 200 milhões em ações de combate ao coronavírus, incluindo assistência financeira, como a antecipação de recebíveis para restaurantes, duplicação dos valores de entrega, distribuição ou reembolso de itens de higiene como máscaras e álcool em gel e manutenção da renda de entregadores e motoristas que contraíram a Covid-19.

É certo que a introdução e a velocidade de mudanças trazidas pela economia digital geram choques constantes e quebra de paradigmas.

Porém, ao contrário da criação de restrições e obrigações regulatórias artificiais ou proteção de reservas de mercado obsoletas, o foco deve estar no incentivo à inovação, promoção da competição e garantia da prestação de serviços de qualidade, somados ao bem-estar de todos que contribuem para o ecossistema, como consumidores, entregadores, motoristas e fornecedores, dentre outros.

Deve-se evitar a todo custo a imposição de regras e regulamentos que somente empresas consolidadas podem cumprir, esmagando a concorrência exercida por apps e startups entrantes, especialmente as que têm atuação local ou em nichos de mercado específicos.

Deve-se evitar também a imposição de regras que não levem em conta o fato de que parceiros (fornecedores, entregadores e motoristas) podem atuar para aplicativos e empresas diferentes.

Sem esses cuidados, em vez de uma regulação eficiente, tende-se a reproduzir uma estrutura regulatória que, ao fim e ao cabo, dificulta o desenvolvimento de inovações e a própria geração de alternativas de renda.

O grande desafio das empresas da economia digital é a descoberta de novas demandas e o oferecimento de serviços eficientes a preços acessíveis.

O aumento de renda das empresas, entregadores, motoristas e restaurantes depende de um ambiente no qual seja possível inovar. Há enorme espaço para expansão da atuação de empresas de tecnologia, startups e apps no Brasil.

É fundamental que o diálogo entre empresas, parceiros e poder público se intensifique e que as alternativas criadas possam ser desenvolvidas em um ambiente de maior segurança jurídica, que estimule inovações e as tornem mais acessíveis para toda a população

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