Google investe em 6 startups brasileiras lideradas por negros

Black Founders Fund é o primeiro programa em que a big tech faz aportes diretos em empresas nacionais

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São Paulo

Startups de games, esportes e soluções jurídicas vão receber aportes do Black Founders Fund, fundo do Google dedicado a reduzir a desigualdade racial. As seis startups selecionadas são fundadas e lideradas por negros e estão em cinco estados brasileiros: Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio e São Paulo.

Três empresas já haviam recebido aportes do fundo: Afropolitan, Creators e TrazFavela. Com a nova rodada, o número de startups investidas pelo fundo chega a nove. A expectativa é realizar 30 aportes até o final de 2021 —ao todo serão R$ 5 milhões investidos.

O programa é o primeiro em que o Google investe diretamente em empresas no Brasil. Segundo André Barrence, diretor do Google for Startups na América Latina, os valores investidos em cada empresa variam de acordo com o estágio de maturidade da startup.

"Quando começamos a estruturação do Black Founders Fund no Brasil, identificamos uma ausência de fundadores e líderes negros e negras no ecossistema de startups", diz o diretor à Folha.

Ana Luiza Sena,  Marcos Silva e  Iago Santos, fundadores da Traz Favela
Ana Luiza Sena, Marcos Silva e Iago Santos, fundadores da TrazFavela, que esteve na primeira leva de investimentos do Google - Divulgação

"Identificamos nove vezes mais fundadores de startups que se autodeclaram brancos do que negros na base de membros do Google for Startups Campus. Estes são alguns exemplos que ilustram a diferença de oportunidades, cuja origem está na injustiça social e racial sistêmica que temos no país", diz.

Ainda de acordo com Barrence, líderes negros ouvidos pelo Google disseram ter entre os principais obstáculos a dificuldade de acesso a capital em condições justas, por isso a criação do fundo.

Para serem selecionadas pelo programa, as empresas devem oferecer uma solução criada com base em tecnologia e já estar em operação. Duas aceleradoras dedicadas a empreendedores negros, o Vale do Dendê e o PretaHub, são pareceiras do Google no projeto.

"Todas as startups nas quais decidimos investir estão prontas para darem um próximo passo de crescimento em seus negócios", diz Barrence.

Além do investimento, as empresas terão uma agenda de encontros, workshops e mentorias. O diretor diz que as startups ainda podem ser convidadas para participarem dos outros programas do Google.

"Seremos aliados das startups investidas em toda sua jornada a partir de agora. O nosso objetivo é apoiar esses fundadores e seus times e, para isso, iremos colocar à sua disposição nossos produtos, tecnologias e especialistas."

Inscrições para participar do programa permanecem abertas no site do Google for Startups.

Conheça as startups selecionadas:

Aoca Game Lab: Empresa baiana de desenvolvimento de games independentes. Entre seus jogos está o “Árida”, sobre uma garota que vive uma jornada de descoberta no sertão brasileiro do século 19.

Easyjur: Software jurídico para advogados, que auxilia na gestão de escritórios.

LegAut: Plataforma que busca, analisa e organiza toda documentação de transações imobiliárias.

Treinus: Plataforma de treinos esportivos criados por especialistas de acordo com o perfil e objetivos individuais.

Wellbe: Plataforma empresarial de inteligência e redução de custo, que integra diversos dados de saúde e oferece indicadores para auxiliar na gestão.

WeUse: Guarda-roupa virtual de consumo compartilhado. Os assinantes escolhem as roupas por um app e recebem em casa.

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