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Open banking abre espaço para parcerias entre bancos e fintechs

Relacionamento dessas instituições começa a migrar para uma parceria mais ativa, com ganho de receita compartilhado

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Florianópolis e São Paulo

Mesmo antes do open banking entrar em vigor, as parcerias de negócios entre os atores desse novo mercado já vêm acontecendo.

“Existem bancos brasileiros que estão com grandes programas de participação de fintechs como parceiras”, afirma Marisa Albuquerque, vice-presidente da fábrica de softwares e inovação da Globalweb, empresa brasileira de TI criada há 25 anos, que oferece serviços de segurança e identidade digital, proteção de dados e conformidade.

“O relacionamento dessas novas empresas com as grandes instituições teve muitas mudanças nos últimos meses. Está migrando para uma parceria mais ativa, com ganho de receita compartilhado”, completa Albuquerque.

Transmissão do seminário sobre open banking, que reuniu representantes de bancos, fintechs, varejo e universidade; Alexa Salomão, editora de Mercado, foi a mediadora do evento
Transmissão do seminário sobre open banking, que reuniu representantes de bancos, fintechs, varejo e universidade; Alexa Salomão, editora de Mercado, foi a mediadora do evento - Reinaldo Canato/Folhapress

Marcelo Prado, coordenador acadêmico do MBA em Estratégia de Mercado da FGV, observa esse cenário com otimismo.

“Fornecedores que integrarão esse modelo de negócios entre empresas (também conhecido como b2b, business to business) serão parceiros, não mais fornecedores.

É positivo para todos os envolvidos”, diz.

Uma das fintechs que atuam no mercado de open banking é a Quanto, que recebeu neste ano aporte de US$ 15 milhões (R$ 80 milhões) dos dois maiores bancos privados do país, Bradesco e Itaú Unibanco.

Para o diretor-executivo, Ricardo Taveira, o sistema financeiro aberto vai revolucionar a maneira com que os clientes encaram o banco.

Taveira faz uma comparação para explicar seu ponto. “As pessoas vão parar de olhar para o supermercado e focar em escolher o produto na prateleira. Cada área do banco deve conseguir aproveitar essa oportunidade. Alguns segmentos já estão mais acostumados a distribuir os seus produtos na plataforma de terceiros, como as companhias que oferecem crédito imobiliário e financiamento de carro.”

Open banking só dá certo com lei de proteção de dados

Como todo serviço que envolve a comercialização de dados dos usuários, a segurança das informações também está no centro dos debates sobre o open banking.

Na opinião de Ricardo Taveira, da Quanto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor no Brasil desde setembro, é “indissociável” do novo sistema.

“Se a LGPD diz que o usuário é proprietário dos seus dados, o open banking é o sistema em que esse conceito se torna realidade. O cliente pode escolher como entregar suas informações a outro banco para conseguir produtos ou taxas melhores.”

Marisa Albuquerque, da Globalweb, diz que há uma novidade que o sistema deve trazer para os consumidores neste aspecto.

“Será necessário que eu possa ter a liberdade de autorizar ou revogar o compartilhamento dos meus dados a qualquer momento”, explica. “As soluções de curadoria e de cuidados com esses dados são as que têm de ser o foco das instituições com o open banking.”

O seminário foi mediado por Alexa Salomão, editora de Mercado da Folha. Os vídeos estão disponíveis no site do jornal.

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