Bolsa zera perdas do ano e sobe 83% desde o pior momento

Ibovespa tem alta de 1,34%, com exterior otimista e maior apetite a risco; dólar cai 0,76%

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São Paulo

​A Bolsa de Valores brasileira superou os 116 mil pontos e reverteu todas as perdas do ano nesta terça-feira (15). O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, encerrou o pregão com ganhos de 1,34%, aos 116.148 pontos –o maior patamar desde fevereiro deste ano.

Desde o pior momento da Bolsa no ano em 23 de março, quando estava com 63.570 pontos, o Ibovespa subiu 82,7%.

Com o resultado do dia, o índice passou a acumular ganho de 0,4% no ano, zerando as perdas causadas após a pandemia do novo coronavírus. No dia, o volume financeiro negociado na Bolsa foi de R$ 27,2 bilhões.

O movimento foi puxado por um ambiente favorável no exterior, com a expectativa de novos estímulos nos Estados Unidos, o otimismo com as vacinas contra o coronavírus e a alta das commodities no radar dos investidores.

Funcionários da Bolsa de Nova York; exterior otimista impulsiona ganhos na Bolsa local
Funcionários da Bolsa de Nova York; exterior otimista impulsiona ganhos na Bolsa local - Michael Nagle - 19.mar.2020/Xinhua

Segundo o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, um dos pilares da retomada das Bolsas ao longo deste ano foi a rodada de estímulos dos bancos centrais e qualquer novidade sobre o assunto acaba impulsionando a renda variável.

Nesta terça, a presidente da Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, lideranças do Congresso e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, teriam conversado sobre um novo pacotes de estímulos para aquele país.

O Congresso americano já vinha discutindo um pacote de US$ 908 bilhões (R$ 4,6 trilhões), dos quais US$ 748 bilhões (R$ 3,8 trilhões) seriam destinados a estímulos para empresas e setores da economia dos EUA e outros US$ 160 bilhões (R$ 815,5 bilhões) seriam para estados e municípios.

O mercado especula que a primeira parte do pacote –que responde pela maior parte dos recursos– deva ser aprovada até o final desta semana.

“Somada a essa expectativa de aprovação [do estímulo], que tem chance de acontecer em breve, o mercado aguarda pela última reunião do Fed [Federal Reserve, banco central americano], com indicações sobre o rumo da política monetária expansionista”, afirmou Ribeiro.

A reunião do Fed deve acontecer nesta quarta-feira (16). “Tudo isso gera um fluxo positivo para as Bolsas pelo mundo”, disse o analista da Clear.

No exterior, os principais índices acionários americanos também refletiam um maior otimismo. Dow Jones, S&P e Nasdaq encerraram a sessão desta terça com ganhos de 1,13%, 1,15% e 0,62%.

Também ficaram no radar dos investidores o avanço nas discussões entre Londres e Bruxelas sobre um acordo comercial do Brexit. Pela manhã, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, havia sinalizado que o mais provável das negociações comerciais pós-Brexit com a União Europeia é não haver acordo, mas que sua equipe ainda tentaria chegar a um pacto.

Entre os principais índices europeus, o Euro Stoxx 50 subiu 0,50% nesta terça. Já o índice Financial Times, em Londres, foi na contramão da maioria dos seus pares e recuou 0,28%. A Bolsa de Frankfurt (Dax) foi destaque, com alta de 1,06%.

O ambiente também favoreceu uma busca maior por ativos de risco –o que levou o dólar a encerrar a sessão com queda de 0,76%, cotado em R$ 5,0860.

O maior apetite a risco também deu força a moedas correlacionadas a commodities, como é o caso do peso mexicano e do rand sul-africano –as duas que mais se valorizaram ante o dólar. O real teve o quinto melhor resultado na cesta de moedas de mercados emergentes.

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