Cepal prevê queda de 50% do investimento estrangeiro na América Latina em 2020

Diminuição foi puxada pela pandemia; IED mundial atingirá seu valor mais baixo desde 2005

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Santiago | Reuters

A América Latina e o Caribe apresentarão uma queda de cerca de 50% nos investimentos estrangeiros diretos (IED) durante o ano de 2020 devido ao impacto da pandemia do coronavírus, de acordo com um relatório divulgado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) nesta quarta-feira (2).

A Cepal afirmou que em 2021 o IED mundial atingirá seu valor mais baixo desde 2005 e a região apresentará o declínio mais acentuado.

"A América Latina e o Caribe receberam US$ 160,7 bilhões (R$ 839,8 bilhões) para investimentos estrangeiros diretos em 2019, 7,8% a menos que em 2018, queda que vai se agravar em 2020, já que, em decorrência da crise derivada da pandemia da Covid-19, projeta-se um recuo entre 45% e 55%", informou a Comissão.

Durante 2019, os ingressos de capital recuaram em 17 países e houve aumento em nove. As cinco economias que mais receberam investimentos foram Brasil (43% do total), México (18%), Colômbia (9%), Chile (7%) e Peru (6%).

"O IED recebido pela América Latina e Caribe não catalisou mudanças relevantes na estrutura produtiva da região, em grande parte porque as políticas de atração desses fluxos não foram coordenadas com as de desenvolvimento produtivo”, afirmou a secretária executiva, Alicia Bárcena.

Quanto ao comportamento das empresas transnacionais latino-americanas, a Cepal mostrou um aumento de 75% na saída de IED da região em 2019. "Porém, se for analisada a década 2010-2019, observa-se que o investimento latino-americano perdeu força", disse ela.

Grandes economias como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru foram fortemente impactadas pela disseminação da Covid-19.

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