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EUA incluem maior fabricante de chips da China em lista proibida de exportações

A SMIC e a DJI estão entre dezenas de empresas chinesas que foram colocadas no grupo de entidades com restrições

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O governo Trump incluiu a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation), fabricante de semicondutores, e a DJI, que produz drones, em uma lista probida para exportações, aumentando as tensões com a China enquanto Joe Biden se prepara para assumir a Presidência dos Estados Unidos.

A SMIC e a DJI estão entre dezenas de empresas chinesas que foram colocadas na "lista de entidades" do Departamento do Comércio na sexta-feira (18). Essa lista exige que as empresas americanas tirem licenças para vender equipamento e tecnologia para as empresas listadas. Segundo uma autoridade do Departamento de Comércio, a SMIC foi acrescentada devido a preocupações de que seus chips fossem usados em produtos para os militares chineses.

A autoridade disse que a DJI, maior fabricante de drones do mundo, que tem participação de mercado dominante nos EUA, foi adicionada à lista porque seus drones foram usados para permitir abusos aos direitos humanos na China e em outros lugares.

Essas medidas vão obrigar qualquer fornecedor americano a obter uma licença do governo antes de vender para as empresas chinesas --refletindo as restrições à exportação adotadas para outras empresas de tecnologia como Huawei e Hikvision, fabricante de câmeras de vigilância.

People visitam o estande da Semiconductor Manufacturing International Corporation, na Expo China Internacional de Semicondutores - Aly Song - 14.out.20/Reuters

"Entre as relações da SMIC que preocupam o complexo militar-industrial, a aplicação agressiva pela China de ordens de fusão militar-civil e subsídios dirigidos pelo Estado, a SMIC ilustra perfeitamente os riscos de alavancagem pela China de tecnologia americana para apoiar sua modernização militar", disse o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, em um comunicado na sexta.

A SMIC foi uma das mais de 60 "entidades" incluídas na lista proibida para exportações do Departamento do Comércio, que é elaborada pelo Escritório de Indústria e Segurança.

O Departamento do Comércio disse que a ação abrangente inclui "entidades na China que favorecem abusos aos direitos humanos, entidades que apoiaram a militarização e reivindicações marítimas ilegais no mar do Sul da China, entidades que adquiriram itens de origem americana em apoio a programas do Exército Popular de Libertação e entidades e pessoas que se envolveram no furto de segredos comerciais dos EUA".

As ações da SMIC listadas em Hong Kong caíram quase 5% depois que a agência Reuters relatou que o ato do Departamento de Comércio dos EUA era iminente. O alcance das companhias envolvidas pesou no sentimento dos investidores em geral em Hong Kong, onde o índice de referência Hang Seng perdeu quase 1%.

As ações da SMIC caíram mais de 8% nesta semana. Na quarta (16), a companhia revelou que estava "verificando" relatos de que Liang Mong-song, seu coexecutivo-chefe, havia saído abruptamente.

Um dia antes, o provedor global de índices MSCI disse que eliminaria as ações da SMIC de seus índices de referência, que são acompanhados por trilhões de dólares de fundos, por causa dos supostos laços do grupo com os militares chineses.

Donald Trump, o presidente dos EUA, assinou um decreto executivo no mês passado proibindo investidores americanos de deter participações em empresas com essas ligações.

A SMIC já foi submetida a restrições comerciais nos EUA que bloquearam a exportação de certos artigos controlados sob regras relativas a usuários finais militares.

"Acrescentar a companhia à lista de entidades teria um impacto muito maior porque imporia uma exigência de licenciamento para um leque muito maior de produtos, tecnologia e software controlados nos EUA", disse Nicholas Turner, advogado de compliance sediado em Hong Kong na Steptoe & Johnson.

A SMIC é um elemento crucial no plano de Pequim para obter a autossuficiência em semicondutores. Neste ano, ela levantou US$ 7,6 bilhões em uma Oferta Pública Inicial no mercado Star de Xangai, enfocado em tecnologia, na maior venda de ações no mercado continental chinês em uma década.

As ações da SMIC listadas em Xangai oscilaram pouco na sexta (18). A empresa não respondeu a um pedido de comentários.

Financial Times, com tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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