Governo 'encontrará modo' de flexibilizar teto, mas evitará estender auxílio, diz Morgan Stanley

Banco prevê que economia ainda terá espaço para crescer com as famílias munidas de poupança

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São Paulo | Reuters

O governo "encontrará um modo" de flexibilizar o teto de gastos em 2021, mas sem estender o auxílio emergencial, evitando abandonar todas as regras fiscais no próximo ano, disse o Morgan Stanley nesta sexta-feira (4).

O banco prevê que, mesmo sem o coronavoucher, a economia ainda terá espaço para crescer no começo do ano com as famílias munidas de poupança.

A avaliação vem um dia depois de dados do PIB (Produto Interno Bruto) mostrarem crescimento recorde da economia no terceiro trimestre, mas abaixo do esperado.

Comércio na Rua 25 de Março
Comércio na rua 25 de Março; Morgan Stanley projeta que, mesmo sem o coronavoucher, a economia ainda terá espaço para crescer no começo do ano com as famílias munidas de poupança - Rivaldo Gomes/Folhapress

A poupança precaucional também seria baseada no fato de muitos serviços que impactam segmentos de renda mais alta --como viagens-- seguirem limitados.

"Contanto que as regras fiscais não sejam quebradas e com a inflação permanecendo sob controle, um ambiente de baixas taxas de juros deve ajudar a estender a recuperação (econômica)", disseram Fernando Sedano, Thiago A. Machado e Lucas Almeida no relatório desta sexta.

Os profissionais calculam que o PIB brasileiro voltará aos níveis pré-pandemia no terceiro trimestre de 2021, à frente do maior rival na América Latina, o México, que deverá retomar esse patamar no terceiro trimestre de 2022.

O Morgan Stanley segue avaliando que a recuperação brasileira se mantém à frente da mexicana, cenário que para o banco deve se manter nos próximos trimestres.

O real avança 4,9% ante o peso mexicano desde a eleição norte-americana de 3 de novembro. No mesmo período, o Ibovespa salta 18,4%, e o principal índice das ações do México sobe um pouco menos: 17,3%.

Mas os riscos para ambos os países seguem presentes, entre os quais uma forte segunda onda de Covid-19 e aumento de mortes pela doença a ponto de levar a novos declínios nas taxas de mobilidade.

Além disso, "em algum momento" os mercados deverão ficar mais seletivos e punir economias que viram pioras "significativas" em suas métricas fiscais e de dívida.

"É aí que as coisas podem jogar a favor do México em relação ao Brasil, mas ainda é cedo demais para dizer e não podemos descartar que a austeridade fiscal mexicana possa ficar em risco à frente", disseram os analistas.

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