O Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo lançou nesta quinta (3) o primeiro relatório de seu Projeto sobre Confiança nas Notícias (Trust in News Project), que deve durar três anos. Concentra-se em quatro países, EUA, Reino Unido, Índia e Brasil.
O estudo é bancado por US$ 4 milhões do Facebook.
O ponto de partida é uma pesquisa do próprio instituto em 40 mercados, divulgada em junho passado, mostrando que 38% dos entrevistados disseram acreditar na maioria das notícias.
"Há uma erosão mundial na confiança", diz a organização.
O primeiro relatório priorizou entrevistas com jornalistas e outros profissionais de diversos países. Faz também uma revisão das pesquisas existentes sobre o tema, sem apresentar dados novos.
Destaca três conclusões. A primeira é que "não há um único problema de 'confiança nas notícias', mas múltiplos desafios que envolvem tanto a oferta de notícias quanto a demanda por informações".
Sobre a demanda, chama a atenção para uma questão levantada por Margaret Sullivan, colunista de mídia do jornal The Washington Post: "Se um cão está latindo, mas ninguém se importa, de que adianta?".
A segunda conclusão é que diferentes "problemas na produção de notícias podem contribuir para a desconfiança", como "deficiências crônicas na cobertura".
E a terceira é quanto às iniciativas de transparência, engajamento e alfabetização midiática, que vêm sendo buscadas tanto pelos próprios veículos como por terceiros, como o Facebook.
"Elas mostraram ser promissoras, mas as evidências empíricas sobre o que funciona, com quem e em quais circunstâncias, permanecem turvas", diz o relatório.
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