A decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil e demitir cerca de 5.000 funcionários vai reduzir os prejuízos e permitirá a empresa se concentrar em ampliar a lucratividade do segmento internacional, escreveram analistas do JPMorgan nesta terça-feira (12).
A segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira (11) o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE) neste ano, o que vai gerar encargos antes de impostos de cerca de US$ 4,1 bilhões (R$ 22,5 bilhões).
As ações da Ford subiram cerca de 3% na segunda depois do anúncio e estavam praticamente estáveis antes da abertura dos negócios nesta terça.
A Ford afirmou que a decisão de parar de montar veículos no Brasil faz parte do plano de reestruturação já anunciado de US$ 11 bilhões (R$ 60,4 bilhões), dos quais parte dos US$ 4,2 bilhões (R$ 23 bilhões) em encargos já foram registrados no terceiro trimestre do ano passado.
O analista Ryan Brinkman, JPMorgan, afirmou em relatório que a decisão de fechar as fábricas no Brasil veio em um momento em que investidores têm reclamado sobre a falta de caminho para a lucratividade dos negócios da Ford na América do Sul.
A decisão também veio alguns dias depois do governo de São Paulo ter elevado o ICMS cobrado sobre as vendas de veículos novos e usados, algo que foi alvo de críticas na semana passada pela associação de montadoras, Anfavea.
"Esperamos que a decisão contribua para reduzir rapidamente os prejuízos das operações sul-americanas, para as quais agora esperamos um resultado financeiro em equilíbrio em 2020, ante prejuízo de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) anteriormente."
O JPMorgan elevou o preço-alvo das ações da Ford em 10%, para US$ 11.
Analistas do Credit Suisse também disseram que o fechamento das fábricas brasileiras deve ajudar na melhoria de margens da Ford e que a decisão faz sentido estratégico.
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