Netflix ultrapassa marca de 200 milhões de assinantes

Pioneira do streaming diz que não precisa mais tomar dívidas para financiar produções

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Nova York | Financial Times

A Netflix não vai mais levantar dívida para financiar seus altos gastos em programas de televisão e filmes, e poderá começar a devolver dinheiro aos acionistas por meio de recompras de ações, marcando um ponto na história da evolução da companhia que disse ter ultrapassado 200 milhões de assinantes.

Desde 2011, quando a Netflix se lançou na programação original com "House of Cards", a pioneira do streaming financiou conteúdo por meio de papéis de alto rendimento, tentando superar os estúdios de Hollywood e formar um catálogo interessante.

Os números do último trimestre da Netflix, divulgados na terça-feira (19), salientaram como essa estratégia teve sucesso: a empresa tinha quase 204 milhões de assinantes no final de 2020, segundo disse, tendo acrescentado 37 milhões de novos clientes pagantes durante o ano.

Cerca de 8,5 milhões destes foram adicionados no trimestre que terminou em dezembro, eclipsando as previsões dos analistas, de 6 milhões.

"Acreditamos que não precisamos mais levantar financiamento externo para nossas operações cotidianas", disse a Netflix em uma carta aos investidores, acrescentando que vai explorar recompras de ações.
As ações saltaram cerca de 10% após o pregão.

A companhia sediada na Califórnia deliciou os investidores nos últimos anos, apesar de queimar bilhões em caixa. A Netflix tinha prometido que quando conseguisse mais clientes e aumentasse o preço das assinaturas, não precisaria mais continuar levantando dívida junk para alimentar seus gastos com conteúdo.

Essa tese em geral se realizou, ajudada por uma pandemia global que deixou as pessoas presas em casa e as atraiu para a plataforma da Netflix e a manteve confortavelmente à frente na corrida por assinantes. Sua adversária mais forte, a Disney Plus, tem 87 milhões de assinantes globalmente.

A empresa também destacou na carta o desempenho do filme "Tudo bem no Natal que Vem", primeiro filme de Natal em português feito pelo serviço. A produção estrelando Leandro Hassum foi vista por 26 milhões de contas nos primeiros 28 dias de lançamento.

A maioria das novas assinaturas no quarto trimestre veio de fora dos Estados Unidos. Em outubro, a Netflix aumentou os preços nos EUA, seu maior mercado, de US$ 1 a US$ 14 por mês em seu plano mais popular.
As receitas no quarto trimestre saltaram 22% em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 6,6 bilhões, em linha com as previsões de analistas. A receita líquida caiu para US$ 543 milhões, contra US$ 587 um ano antes.


A NETFLIX NO 4º TRIMESTRE
Receita: US$ 6,64 bilhões (+21,5%)
Lucro: US$ 542 milhões (-7,7%)
Assinantes pagos: 203,6 milhões (+21,9%)
Assinantes nos EUA e no Canadá: 73,9 milhões
Assinantes na Europa, Oriente Médio e África: 66,7 milhões
Assinantes na América Latina: 37,5 milhões
Assinantes na Ásia-Pacífico: 25,5 milhões
Principais concorrentes: Amazon Prime, Disney+

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