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Um ano sem neblina para vendas de máquinas agrícolas

Setor automobilístico ainda tem desafios para vencer em 2021, mas situação do agro deve ser mais confortável

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São Paulo

Com um retorno previsto de R$ 1,03 trilhão nas vendas de seus produtos agropecuários dentro da porteira neste ano, o agronegócio não vê neblina pela frente no que se refere à recomposição de máquinas e de equipamentos agrícolas em suas fazendas.

À espera de uma demanda firme do setor neste ano, as indústrias produziram 118% a mais no mês passado do que em igual período de 2019.

O produtor já mostrou seu apetite e adquiriu 50% mais máquinas em dezembro último, em relação a igual período de 2019, quando a pandemia ainda não afetava o Brasil.

Os dados são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e foram divulgados nesta sexta-feira (8).

Colheita de cana na Usina São Martinho, em Pradópolis, interior de São Paulo - Foto: Mauro Zafalon - 14.nov.2018/Folhapress

O agronegócio não foi responsável apenas pela melhora nas vendas de máquinas agrícolas, mas também nas de caminhões e de máquinas rodoviárias.

O licenciamento de caminhões classificados como pesados e semipesados caiu 10% em 2020, em relação a 2019. Nesse mesmo período, a retração dos caminhões classificados como médios foi de 17% e a de autoveículos, 26%.

A produção de máquinas rodoviárias também avança porque pelo menos um quarto das vendas do setor fica com o agronegócio.

Além do aumento da própria renda para renovar ou aumentar a frota, o setor do agronegócio teve crédito à disposição. Os recursos financeiros do agricultor vêm também das operações de vendas antecipadas da safra 2021, que ainda não foi colhida.

Bons preços e dólar favorável fizeram com que pelo menos 60% da produção de soja, que ainda será colhida nos próximos meses, já tenha sido comercializada antecipadamente.

Alexandre Bernardes, vice-presidente do setor de máquinas da Anfavea, diz que o setor está pujante, forte e com vontade para a aquisições. Apesar da pandemia, as vendas internas de máquinas agrícolas somaram 47 mil unidades em 2020, um volume 7% acima do de 2019.

O número de trabalhadores nas indústrias de máquinas agrícolas e rodoviárias, que era de 18,89 mil em dezembro de 2019, subiu para 19,32 mil no final do ano passado.

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, acredita em avanços em 2021 na indústria automobilística, como um todo, mas ainda vê neblina pela frente. Entre os desafios estão questões fiscais, mercado de trabalho fraco e aumento de carga tributária.

Quanto a este último ponto, a disposição do governo paulista de colocar em prática a nova tabela de reajuste de ICMS sobre a venda de máquinas agrícolas e de caminhões vai onerar o setor agropecuário direta e indiretamente, segundo a associação.

As estimativas da Anfavea para este ano são boas no setor de máquinas. A associação estima uma produção de 58,8 mil unidades, 23% mais do que em 2020. As vendas de máquinas agrícolas, com crescimento de 5%, deverão somar 44 mil unidades.

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