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Vice do conselho da Samsung é condenado a 30 meses de prisão por suborno

Jay Y. Lee, empresário mais poderoso da Coreia do Sul, foi condenado por apropriação indevida no valor de R$ 41 milhões

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Seul | Reuters

Um tribunal sul-coreano sentenciou nesta segunda-feira (18) o vice-presidente do conselho de administração da Samsung, Jay Y. Lee, a dois anos e meio de prisão, o que pode atrasar a reestruturação acionária do grupo após a morte do pai do executivo em outubro.

Lee, o empresário mais poderoso da Coreia do Sul, cumpriu um ano de prisão por subornar uma autoridade ligada ao ex-presidente Park Geun-hye quando um tribunal de apelações suspendeu o processo em 2018; um ano depois, a Suprema Corte ordenou que o executivo de 52 anos fosse julgado novamente.

O Tribunal Superior de Seul considerou Lee culpado de suborno, apropriação indevida e dissimulação de receitas no valor de cerca de 8,6 bilhões de won (R$ 41 milhões) e disse que o comitê independente de compliance criado pela Samsung no início do ano passado ainda não entrou em vigor.

O herdeiro do grupo Samsung, Jay Y. Lee, chega a um tribunal em Seul, Coreia do Sul - Kim Hong-Ji - 18.jan.2021/Reuters

"(Lee) mostrou disposição para a gestão com um compliance reforçado, já que prometeu criar uma empresa transparente", disse o presidente do tribunal Jeong Jun-yeong. "Apesar de algumas deficiências [...] espero que, com o tempo, isso seja avaliado como um marco na história das empresas coreanas como um começo para o compliance e a ética", disse ele.

Lee, vestido com um casaco escuro e de pé para ouvir a sentença, sentou-se depois que ela foi lida. Ele não se manifestou. Durante sua declaração final ao tribunal em dezembro, Lee disse que desejava "fazer uma nova Samsung”.

"Este caso envolve o abuso de poder do ex-presidente, violando a liberdade corporativa e os direitos de propriedade...A decisão do tribunal é lamentável", disse o advogado de Lee, Lee In-jae, a repórteres.

QUEDA DE AÇÕES

Lee será afastado, por enquanto, das principais tomadas de decisão da Samsung. Ele também não poderá supervisionar diretamente o processo de herança de seu pai, crucial para manter seu controle sobre a Samsung.

Analistas concordaram que as operações cotidianas da empresa não serão afetadas, mas as decisões em grande escala cujos resultados muitas vezes só são visíveis depois de anos, como fusões e aquisições e grandes mudanças de equipe, podem sentir o impacto.

"A ausência [de Lee] não vai atrapalhar a gestão atual da Samsung. Ao contrário da época de seu pai, a Samsung tem sido administrada sistematicamente, a tomada de decisões é distribuída entre os presidentes de cada empresa do grupo", disse Chung Sun-sup, presidente-executivo da empresa de pesquisas Chaebul.com.

"Mas, além do golpe em sua imagem global, estratégias de longo prazo, como investimentos atualmente não planejados para o futuro e a reestruturação, podem ser paralisadas", acrescentou.

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