A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,125 bilhão (R$ 6,11 bilhões) em janeiro, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (1º).
O déficit veio abaixo do estimado em pesquisa da Reuters com economistas, que apontava para saldo negativo de US$ 2 bilhões para o mês, e também foi inferior ao déficit de janeiro de 2020, de US$ 1,684 bilhão.
No acumulado do mês, as exportações somaram US$ 14,808 bilhões, com alta de 12,4% pela média diária sobre janeiro do ano passado, enquanto as importações foram de US$ 15,933 bilhões, aumento de 8,3%.
O desempenho das importações, que teve a maior média diária para o mês desde 2015, de US$ 797 milhões, foi puxado por um incremento das compras de produtos básicos.
No período, as importações de produtos agrícolas cresceram 22,3%, com destaque para a soja, com crescimento de 487,26% em comparação ao ano passado, e de trigo e centeio não moídos (+35,1%).
Em coletiva de imprensa virtual, o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse haver momentos no qual o país costuma importar soja de economias vizinhas, mas não detalhou a procedência do produto neste mês específico.
"É comum, você tem o mercado consumidor ali, produtor de carnes próximo à fronteira com o Paraguai. Não tem tarifa, é origem Mercosul, então isso acontece. Muitas vezes o produtor brasileiro está comprometido com contratos de fornecimento, e o demandante nacional compra de quem tem capacidade de oferta no momento."
Já na indústria extrativa, com crescimento de 7,6% das importações, o destaque foi para a importação de minério de ferro e seus concentrados (+146.403,4%), que Brandão caracterizou como uma operação "muito peculiar".
"O Brasil não é importador de minério de ferro, o Brasil é exportador. Me parece que possa ser alguma devolução de mercadoria", disse.
Na indústria de transformação, que responde pela maior fatia das importações (92,3% em janeiro), a alta foi de 6,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Exportações
No mês passado, as exportações do setor de agropecuária recuaram 2,6% em comparação a janeiro de 2020 pela média diária, enquanto as da indústria extrativa apresentaram variação positiva de 35,3%.
As exportações de minério de ferro e seus concentrados cresceram 73,6%, desempenho que o subsecretário atribuiu à valorização dos preços (+45%), bem como ao aumento do volume exportado (+19,6%), em uma conjuntura de oferta limitada por parte dos principais produtores mundiais, como Brasil e Austrália.
"Estímulos econômicos incentivarem o consumo de aço, que por sua vez incentiva o consumo de minério de ferro", disse Brandão.
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