Descrição de chapéu petrobras

É preconceito reduzir funções políticas de Silva e Luna por ser militar, diz Temer

General indicado por Bolsonaro para presidir estatal foi ministro da Defesa do ex-presidente

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São Paulo

Segundo o ex-presidente Michel Temer (MDB), reduzir as habilidades políticas e administrativas do general Joaquim Silva e Luna, indicado para assumir a Petrobras, por ele ser militar, é preconceito.

Em 12 anos como oficial da ativa, Silva e Luna foi comandante de brigada, diretor de patrimônio, chefe do gabinete do comandante do Exército e chefe do Estado-Maior do Exército.

"Não tenho objeção [de ter militares no governo]. Você distinguir militar de civil é preconceito, que é proibido pela Constituição. Luna é civil há muito tempo, ele não pode ter uma redução dos seus direitos políticos porque foi militar", disse Temer em evento da corretora Necton nesta terça-feira (23).

Silva e Luna foi ministro da Defesa no governo Temer. Atualmente é diretor-geral da Itaipu Binacional.

Na sexta (19), o general foi indicado por Jair Bolsonaro (sem partido) para o cargo de novo presidente da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco, alvo de crítivas do presidente por reajustes no preço dos combustíveis.

Michel Temer no Palácio da Alvorada, em Brasília, em 2018;
Michel Temer no Palácio da Alvorada, em Brasília, em 2018; segundo o ex-presidente, Luna e Silva está preparado para assumir a Petrobras - REUTERS/Adriano Machado

“Silva e Luna é extremamente preparado administrativamente. Aliás, os militares em geral são muito preparados, conhecem o Brasil muito bem. Como ministro e secretário executivo [do ministério da Defesa], ele teve desempenho administrativo extraordinário. É politicamente habilidoso", disse Temer.

O ex-presidente afirmou que as pessoas vão se surpreender com a capacidade administrativa e experiência de Luna e Silva. "Ele tem condições de gerir a Petrobras."

"Como as coisas estão feitas, não vamos ficar reclamando e fazendo análises. Agora tem que resolver, já foi feito mesmo. Tem que resolver com o Luna.”

Segundo Temer, a perda de R$ 102,5 bilhões no valor de mercado da Petrobras com a interferência de Bolsonaro é um abalo sísmico, que logo passará.

“Está feito e agora o ideal seria que pessoas se entendessem na Petrobras. Acho que deve se solucionar rapidamente. Assim que se solucione e pacifique, ações voltam a subir. A Petrobras tem uma credibilidade muito grande. Quanto antes resolver, melhor para o acionista, para a Petrobras e para o país."

O político também comentou os projetos que tramitam no Cogresso. Segundo ele, a reforma tributária tem que ser feita como uma simplifiação de tributos e não redução de impostos, o que seria inviável no momento, com o crescimento da dívida pública devido aos gastos do governo com a pandemia.​

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