A equipe de resgate que está trabalhando para desencalhar o navio que está bloqueando o canal de Suez, uma das principais vias marítimas do mundo, tem esperanças de retirá-lo nesta semana.
A informação é da agência de notícias AFP.
Em entrevista a um canal de televisão egípcio neste sábado (27), o almirante Osama Rabie, presidente da SCA (Autoridade do Canal de Suez, na sigla em inglês), afirmou que o navio se "deslocou 30 graus para a direita e a esquerda" pela primeira vez desde o incidente. "É um bom indicativo", disse.
"Fontes próximas à operação de resgate me contaram esta manhã que o otimismo da equipe de especialistas aumentou e que tem a esperança de liberar o navio em 24-48 horas", escreveu nas redes sociais neste domingo (28) Richard Meade, editor da revista especializada Lloyd's List.
O porta-contêineres Ever Given, de 400 metros de comprimento, está bloqueando o Canal de Suez desde o dia 24 de março.
Apesar do fracasso da primeira tentativa de liberar o navio na sexta-feira (26), agora a esperança se concentra na maré alta prevista para este domingo e que poderia ajudar as equipes de resgate.
As autoridades correm para tentar desentalar o navio porque o canal transporta quase 10% do comércio marítimo internacional, e cada dia de bloqueio provoca importantes atrasos e custos para o setor. Já são mais de 300 navios esperando para atravessar a via, que liga o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo, informou Rabie.
George Safwat, porta-voz da SCA, informou que 27.000 metros cúbicos de areia já foram retirados, a uma profundidade de 18 metros.
Apesar de o incidente ter sido atribuído a fortes ventos combinados a uma tempestade de areia, Rabie afirmou que há indícios de que uma falha humana tenha sido um dos motivos do bloqueio.
Um relatório da seguradora Allianz publicado na sexta-feira indica que cada dia de inatividade poderia custar ao comércio mundial entre US$6 e US$10 bilhões (R$34 bilhões a R$57 bilhões, aproximadamente).
Os primeiros efeitos concretos já foram anunciados: a Síria afirmou no sábado (27) que começou a racionar a distribuição de combustível pelo atraso na entrega de um carregamento de petróleo.
Também estão bloqueados 11 cargueiros com gado que saíram da Romênia. A organização 'Animals International' afirma que os 130 mil animais estão em perigo de morte. O jornal egípicio Al Ahram informou que o Ministério da Agricultura do país enviou três equipes de veterinários para examinar os animais.
À espera da retomada do tráfego, grandes empresas de transporte marítimo como Maersk e CMA CGM decidiram alterar a rota de seus navios para o Cabo da Boa Esperança, um desvio de 9.000 quilômetros e ao menos sete dias a mais de navegação.
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