Guedes tem nova baixa na equipe com saída de secretário da reforma administrativa

Lenhart sai justificando motivos pessoais; proposta ainda não foi discutida formalmente pelo Congresso

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Brasília

O ministro Paulo Guedes (Economia) terá uma nova baixa em sua equipe com a saída do secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal​, Wagner Lenhart. Ele foi um dos principais nomes da reforma administrativa desenhada pela pasta.

De acordo com integrantes da equipe econômica, Lenhart solicitou sua saída por motivos pessoais após receber uma proposta do setor privado. O movimento deve ser efetivado nos próximos dias.

Segundo colegas de Lenhart, a decisão foi influenciada pelo fato de sua esposa estar grávida. O secretário deve, inclusive, se mudar para São Paulo.

A reforma administrativa escrita pela pasta teve grande participação de Lenhart. Ele sai da pasta sem que o texto, apresentado pelo governo em setembro do ano passado, tenha começado a ser discutido de maneira formal pelo Congresso.

Wagner Lenhart fala durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais - Jefferson Rudy - 2.jul.2019/Agência Senado

Em nota divulgada nesta sexta-feira (12), o Ministério da Economia informou que assumirá o cargo o secretário adjunto, Leonardo José Mattos Sultani.

Lenhart divulgou nota em que confirma o pedido de exoneração do cargo e diz ser o momento de uma sucessão. "Com a proximidade do nascimento do meu primeiro filho e o início de um novo ciclo pessoal e profissional, entendo que é o momento de fazer a sucessão na secretaria", afirmou.

No texto, Lenhart diz que a gestão sempre considerou fundamental repensar a administração pública, "propondo um modelo mais digital, moderno e focado no cidadão" e agradeceu a Guedes.

"Despeço-me grato pela oportunidade de servir ao meu país durante mais de dois anos e de trabalhar sob a liderança do ministro Paulo Guedes, pessoa que eu já admirava e passei a admirar ainda mais neste período", afirmou.

Há menos de duas semanas, também foi anunciada a saída de Amaro Gomes do cargo de secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais. Ele também foi trabalhar para o setor privado.

Gomes estava em transição há dois meses e, segundo colegas da equipe econômica, fará falta no time. Para seu lugar, foi definido o nome de Ricardo Faria, que anteriormente era adjunto de Gomes.

As saídas se somam a uma série de baixas na equipe de Guedes desde o primeiro ano de governo. Em 2019, Joaquim Levy e Marcos Cintra deixaram, respectivamente, a presidência do BNDES e o comando da Receita Federal após reclamações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em julho de 2020, Mansueto Almeida deixou o comando do Tesouro Nacional para entrar no banco BTG, e foi substituído por Bruno Funchal. Apesar de a troca ter sido esperada, foi uma das baixas mais relevantes da equipe de Guedes até então.

Também foram anunciadas as saídas do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e de Caio Megale, que havia sido diretor de programas e assessor especial do Ministério da Economia (e virou economista-chefe da XP).

Além disso, em agosto do ano passado Guedes disse que sua equipe econômica sofreu “uma debandada” quando Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) decidiram deixar o governo por insatisfações com o ritmo das reformas.

Salim era o responsável pelas privatizações e Uebel, responsável máximo pela pasta que tocava a reforma administrativa.

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