Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Lucro da Caixa cai 37,5% em 2020, para R$ 13,2 bilhões

Já crédito imobiliário cresceu 28,6%

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São Paulo

A Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de R$ 13,2 bilhões em 2020, uma queda de 37,5% em relação ao ano anterior, quando o banco estatal lucrou R$ 21 bilhões. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (18). No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 5,7 bilhões, avanço de 15,8% em relação ao mesmo período de 2019.

A queda no lucro é resultado de uma piora na chamada margem financeira (principal receira do banco, obtida com operações de crédito), que caiu 27,2% na comparação anual, para R$ 39,7 bilhões. No quarto trimestre a margem alcançou R$ 10,6 bilhões, alta de 11,6% em relação ao observado de julho a setembro do ano passado.

Outro fator que influenciou nos resultados do banco foram o maior volume de reservas contra calotes como forma de conter os impactos advindos da pandemia de coronavírus. Essas reservas alcançaram R$ 11,1 bilhões em 2020, aumento de 3,4%. No quarto trimestre, as provisões alcançaram R$ 2,6 bilhões, alta de 63,9% em comparação a igual período de 2019.

Fila na agência da Caixa Econômica, na rua Américo Salvador Novelli, em Itaquera, zona leste de São Paulo em dezembro de 2020
Fila na agência da Caixa Econômica, na rua Américo Salvador Novelli, em Itaquera, zona leste de São Paulo, em dezembro de 2020 - Zanone Fraissat/Folhapress

Em relação à carteira de crédito, a Caixa totalizou R$ 787,4 bilhões em 2020, aumento de 13,5% em relação ao ano anterior. No ano, o banco concedeu R$ 116 bilhões em financiamentos imobiliários, aumento de 28,6% na mesma base de comparação.

As contratações com recursos SBPE praticamente dobraram, totalizando R$ 53,7 bilhões, um crescimento anual de 99,5%.

Em janeiro deste ano, Pedro Guimarães, presidente da Caixa, havia indicado que o lucro do banco em 2020 poderia ser recorde, devido ao crescimento do crédito imobiliário. O movimento, porém, não se concretizou.

A carteira de pessoas jurídicas foi a que mais cresceu, com salto de 83,7%, para R$ 70,9 bilhões. O resultado conta com os empréstimos cedidos no âmbito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que somaram R$ 16,4 bilhões.

O crédito para pessoas físicas subiu 10,5%, para R$ 90,4 bilhões, enquanto as concessões voltadas para saneamento e infraestrutura registraram alta de 7,7%, para R$ 90,5 bilhões, e o crédito rural subiu 43%, para R$ 7,7 bilhões.

Com o pagamento de programas sociais e de transferência de renda, que totalizaram R$ 362,9 bilhões em 2020 pagos a mais de 121,3 milhões de brasileiros, a Caixa atingiu a marca de mais de 105 milhões de contas digitais abertas no Caixa Tem, totalizando 145,8 milhões de clientes pessoas físicas e jurídicas.

No último trimestre de 2020, o número de empregados da Caixa caiu de 84.290 para 81.945. Em 2020, o banco teve apenas uma agência a menos em relação a 2019, totalizando 3.372.

A perspectiva para 2021 é que haja o encaminhamento da listagem da Caixa Seguridade na Bolsa de Valores e a venda das ações que detém no Banco Pan. As duas operações ainda estão em análise pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

A previsão também é que o braço de gestão de recursos de terceiros (asset management) do banco seja listado no segundo semestre deste ano. Guimarães também planeja abrir capital do Caixa Tem até o começo de 2022 tanto no Brasil como em uma Bolsa no exterior.

"Em novos negócios estamos avançando com o banco digital e estamos apenas esperando a aprovação do Banco Central", afirmou o executivo em entrevista a jornalistas nesta quinta (18).


RAIO-X DO CAIXA NO 4º TRIMESTRE DE 2020

Lucro líquido
R$ 5,7 bilhões

Carteira de crédito
R$ 787,4 bilhões

Margem financeira
R$ 10,58 bilhões

Funcionários
81.945 colaboradores

Principais concorrentes
Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander

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