'Não existe um contra o outro' no Mercosul, afirma presidente uruguaio

Declaração acontece após briga entre Argentina e Uruguai por flexibilização da Tarifa Externa Comum

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Reuters

"Não existe um contra o outro" no Mercosul, disse o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, nesta segunda-feira (29), dias depois da cúpula em que manteve um forte contraponto com seu par argentino, Alberto Fernández, pela flexibilização do bloco.

"Não existe um contra o outro, pelo contrário, é o bem de todos. Se alguém acha que não é para o seu bem, que afrouxem um pouco a corda, que flexibilizem o Mercosul", expressou Lacalle aos jornalistas após tomar a primeira dose da vacina contra a covid-19.

Durante a cúpula de sexta-feira (26) pelos 30 anos do bloco, que foi virtual pela pandemia de coronavírus, o presidente uruguaio afirmou que o Mercosul "não pode ser um obstáculo" que impeça o avanço comercial de seu país, ao que Fernández contestou, alegando que se a Argentina for considerada um obstáculo, "que peguem outro barco".

"Temos vocação para a integração regional. Temos vocação para que o Mercosul seja um trampolim e não um fardo ou um obstáculo", insistiu Lacalle nesta segunda.

O Mercosul "tem muito para oferecer ao mundo. Acredito que isso está fazendo falta. Que uruguaios, argentinos, brasileiros e paraguaios digam: 'Nós podemos ser importantes no cenário mundial".

"Somos a quinta região mais protecionista do mundo. Olhamos e vemos os monstros asiáticos gerando mais mercados, consumindo o que é produzido, não no Uruguai, na região! Então parece lógico que para o progresso dos nossos povos, para que haja trabalho, temos que nos abrir para o mundo", enfatizou o presidente.

No entanto, considerou "compreensível quando um país diz: 'isso não me convence". "Estão em seu legítimo direito e sua soberania", mas "não podemos pensar que nós ficamos presos só porque não convém a um país. Isso é o que estamos pedindo".

"Não pode ser nem Uruguai contra Argentina, nem Uruguai contra Brasil, nem Uruguai contra Paraguai. Vejamos no que estamos de acordo e avancemos", insistiu.

O presidente lembrou que no Uruguai se fala da flexibilização do Mercosul "pelo menos desde 2006", no governo de Tabaré Vázquez, que morreu no ano passado. "O jarro vai tanto para a fonte... que capaz de em algum termos sorte".

Lacalle disse que "não houve uma declaração do Mercosul porque o Uruguai insistia que a questão da flexibilização tinha que estar no páragrafo 12. E como isso não foi acordado, algum outro país disse 'se esse parágrafo não for, não há declaração".

O presidente não especificou de qual país veio essa oposição.

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