Pode ser que tenhamos alta no petróleo nas próximas semanas, diz Bolsonaro

Após reunião em residência do embaixador do Kuait, presidente diz que variação no preço reforça importância de troca na Petrobras

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (3) que pode ocorrer uma alta no preço do petróleo nas próximas semanas, o que segundo ele reforça o interesse do governo em trocar a presidência da Petrobras.

As declarações ocorreram após visita à residência do embaixador do Kuait, em Brasília. Também participaram o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República.

Bolsonaro disse que estavam na reunião um grupo de chefes de missões diplomáticas em Brasília.

"A notícia não muito boa: falei sobre petróleo, obviamente, eles [os embaixadores] acham que o preço ainda não está muito adequado", disse.

Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto - Evaristo Sá - 24.fev.2021/AFP

"Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo nas próximas semanas, o que complica para a gente. Isso reforça o nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras, porque queremos... Não interferir, como nunca interferimos, isso nunca existiu".

A fala do presidente ocorre em meio à crise aberta com a interferência do Planalto na petroleira. Bolsonaro determinou a troca do atual presidente, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna.

O motivo da substituição é a política de preços da empresa e as subsequentes altas no valor dos combustíveis.

O presidente está pressionado por categorias próximas ao bolsonarismo, principalmente os caminhoneiros.

A crise transbordou a troca na presidência.

Quatro dos 11 membros do conselho de administração da Petrobras informaram a companhia que não aceitarão a recondução ao cargo na próxima assembleia geral extraordinária.

Bolsonaro tem o direito de indicar o presidente da Petrobras porque a União é a maior acionista da companhia. A nomeação, porém, depende de aval do conselho. O mandato de Castello Branco se encerra em 20 de março.

A recondução deles havia sido proposta pela União, conforme ofício do Ministério de Minas e Energia recebido pela companhia em 19 de fevereiro. Além desses quatro, a Petrobras tem outros três conselheiros indicados pelo governo federal.

Questionado sobre a saída, Bolsonaro disse que ela pode ter ocorrida por "solidariedade".

"Conversei rapidamente com o [ministro] Bento [Albuquerque, de Minas e Energia] hoje, resolveram sair, talvez por solidariedade. O que nós queremos é que o nome do Silva e Luna seja aprovado, que preenche todos os pré-requisitos", disse.

Em outra frente, Bolsonaro reduziu os tributos federais do óleo diesel e do gás de cozinha para tentar reduzir o valor dos insumos. O corte no diesel tem duração de dois meses.

Nesta quarta, Bolsonaro afirmou que a Petrobras pode atuar em outras áreas para impactar no preço dos combustíveis. Ele também defendeu a aprovação do projeto enviado pelo governo que muda a cobrança do ICMS sobre os combustíveis.

"A Petrobras pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, na adulteração de combustível, e a questão de diversificar o máximo possível a questão das refinarias".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.