Temos que mudar a linguagem ambiental ou vamos sofrer terrivelmente, diz Guedes

Em live, ministro também defende aquisição de vacinas contra Covid-19 pela iniciativa privada

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse neste domingo (21) que é preciso mudar o discurso ambiental do Brasil para que o país possa ter relevância internacional. “Temos que mudar a linguagem ou vamos sofrer terrivelmente. O futuro é verde”, afirmou, durante live do grupo Parlatório.

O encontro, que durou mais de 3 horas, teve a participação de cerca de 300 pessoas. O Parlatório é organizado pelo empresário do setor da construção civil Cláudio Carvalho.

Guedes respondeu a perguntas de participantes, como o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, os empresário Jorge Gerdau, Abílio Diniz e Elie Horn, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro e os também ex-ministros general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), Joaquim Levy (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Indústria e Comércio).

Moro, ex-ministro de Bolsonaro, questionou sobre as políticas de combate a corrupção e como isso, além do meio ambiente, poderia atrapalhar o Brasil a finalizar acordos comerciais como a entrada do país na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e a aliança entre Mercosul e União Europeia.

“Sobre a agenda ambiental, claro que entramos com uma perspectiva interna de soberania e lá fora foi considerada um absurdo. Entramos com um tom que foi ruim para nós e isso se somou à própria divulgação de quem perdeu as eleições e não está sabendo se comportar. Dizem que a demobracia está em risco. Quem vai ameaçar? Quem é que vai começar um ataque a democracia? Congresso, Senado, está tudo aberto. As Forças Armadas estão no quartel. A mídia é livre”, disse Guedes.

Sobre corrupção, ele afirmou que se houve excessos, é preciso corrigir. “Lamentei muito quando houve o desentendimento entre você [Moro] e o presidente. Entendo a perspectiva de cada um. Devem ter tido suas conversas, o presidente deve ter suas razões. Ele tem uma visão de que tem uma máquina pública contra ele, e que ele não pode ser perseguido pela máquina pública.”

Guedes também citou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) ao dizer que assumiu um compromisso para tentar ajudar o país a melhorar.

“Você [Moro] saiu e agora a Lava Jato está com risco de acabar. O Mandetta pode atribuir a piora da pandemia à saída dele. Cada um cuida da sua biografia ou cuida da vida de 200 milhões de brasileiros”.

Vacinas

Guedes também defendeu a atuação do setor privado para a compra de vacinas. “Precisa liberar para a iniciativa privada entrar e fazer os acordos”, afirmou.

“Primeiro entrega tudo para o SUS [Sistema Único de Saúde] para vacinar quem é de risco e para não haja a impressão que só quem é rico tomou. Depois, as empresas podem continuar doando metade para o SUS, mas os outros 50% podem vacinar quem quiser.”

O ministro afirmou que a vacinação em massa é a melhor política fiscal, mais barata e de maior impacto sobre a ofert. "A primeira medida fiscal, de saúde pública, de tudo, é a vacinação em massa."

Ele também reconheceu a demora na agenda de privatizações. “O PT tem um acordo com o Congresso contra as privatizações. Por isso a pauta sempre trava”.

O general Santos Cruz, que ocupou o cargo de ministro do governo Bolsonaro até junho de 2019, comparou o presidente brasileiro ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez. “Não quero ofender Hugo Chavez”, afirmou ele ao fazer a comparação.

Guedes disse que a comparação era um excesso. “Não estou vendo a semelhança ainda com o Hugo Chávez. Não vi o presidente indo para essa direção ainda. Pode ser que tenha algo que eu desconheça”, disse.

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