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Aceleradora do mercado da cânabis quer testar ideias de negócios de startups no Uruguai

The Green Hub vai apoiar projetos de melhoramento genético e extratos vegetais para uso industrial

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São Paulo

A consultoria The Green Hub, especializada em negócios envolvendo produtos derivados da cânabis, selecionou quatro novas startups para receber seu apoio na estruturação do projeto e na busca por investimentos a partir deste mês.

As iniciativas passam pelas áreas de biotecnologia e melhoramento genético da planta (Adwa Cannabis), pesquisas em extratos vegetais (Rubian), técnicas para automatizar o cultivo em sistemas fechados (Kaneh Bosm) e bebidas probióticas (The Dogon’s).

Alex Lucena, diretor de inovação e sócio da The Green Hub, explica que o processo começa com uma análise de três meses para aprimoramento do plano de negócios das empresas. A seguir, as startups serão apresentadas a investidores interessados no mercado da maconha. A própria aceleradora tem até dois anos para decidir se quer se associar ao negócio nascente.

Segundo Lucena, a The Green Hub tem interesse por negócios em diferentes áreas da cadeia de produtos derivados da cânabis, inclusive iniciativas ligadas a educação, controle de qualidade, logística e comunicação. Por outro lado, o uso recreativo não é considerado entre as áreas de interesse da empresa, por não ser permitido no Brasil.

Apesar de resolução da Anvisa de 2019 regular a fabricação e a venda de medicamentos feitos a partir da cânabis no Brasil, as startups têm como desafio as restrições para o plantio da maconha no país.

Lucena afirma que, para viabilizar pesquisas e testes de mercado neste cenário, a The Green Hub vem fechando parcerias em fazendas no Uruguai e no Canadá para que suas empresas realizem seus planos em escala reduzida.

"Temos certeza de que é um movimento global, irreversível, por isso não podemos ficar atrás por conta da questão regulatória no Brasil", afirma.

Alex Lucena, diretor de inovação e sócio da The Green Hub, empresa que acelera startups do mercado da cânabis - Divulgação

Um dos empresários que passarão pela aceleração é Eduardo Aledo, sócio da Rubian e com mais de 30 anos de experiência como executivo da Johnson & Johnson.

Sua companhia, criada em 2015 junto a alunos da Unicamp, desenvolve técnica para a produção de extratos vegetais para a indústria.

Ele diz que, assim como os extratos que desenvolve atualmente, como os de jabuticaba (já lançado), lúpulo e maracujá (previstos para chegar ao mercado no final do ano), o derivado da cânabis pode ser usado em produtos que visam ganhos de saúde e bem-estar, nas indústrias farmacêutica, de alimentos e de cosméticos.

O empresário diz que, dependendo de como avançar o debate regulatório, pode optar por iniciar sua pesquisa e produção fora do Brasil para, depois, exportar para cá.

Aledo diz que, além da possibilidade de conseguir investimentos, a inserção em uma rede de contatos formada por pessoas que trabalham no setor da cânabis pode facilitar o desenvolvimento da empresa. "É um mercado difícil de entrar e, em grupo, isso fica mais fácil."

As empresas apoiadas deverão ficar reunidas no Civi-co, escritório coletivo para negócios de impacto localizado no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, quando o risco de contaminação pela Covid-19 diminuir.

Lucena, da The Green Hub, diz que a aceleradora fará uma nova chamada de projetos em maio. Desta vez, deverá buscar startups de mais países da América Latina além do Brasil.

Além das quatro empresas selecionadas agora, a The Green Hub conta com outras cinco empresas já em seu grupo de aceleração. Também prevê trabalhar neste ano com nove empresas para o que classifica de incubação, com empreendedores que possuem ideia em estágio inicial de desenvolvimento.

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