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Inflação acelera na classe média em março, diz Ipea

Preço de combustíveis atinge mais as famílias que ganham a partir de R$ 4.000

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São Paulo

As famílias brasileiras mais afetadas pela inflação em março foram as de classe média (que ganham entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83) e de média-alta (de R$ 8.254,83 a R$ 16.509,66), de acordo com um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A variação de preços para esses grupos passou de 0,98% e 0,97% em fevereiro, respectivamente, para 1,09% e 1,08%.

O grupo que mais contribuiu para a alta dos preços no período foi o de transportes, que registrou um aumento significativo, de 11,2%, no valor dos combustíveis. O levantamento do Ipea usa como base o comportamento da inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

No mês passado, o índice subiu 0,93% na variação mensal e 6,10% em 12 meses. Entre os fatores apontados para a alta de preços estão a desvalorização do real em relação ao dólar, a alta de preços das commodities (os produtos básicos exportados pelo Brasil) e a falta de produtos pela interrupção de algumas cadeias produtivas.

"Os combustíveis tiveram uma alta expressiva em março, o que afetou o bolso da classe média", avalia a pesquisadora do Ipea Maria Andréia Lameiras. "Para os mais pobres, a alta de preços no grupo de transporte também pressionou, sobretudo por aumentos de transporte público, mas o gasto dessas famílias com combustível é menor."

Além do impacto da alta dos combustíveis, a aceleração da inflação dos mais ricos também sofreu impacto dos preços no grupo das despesas pessoais, com alta de 0,04%, e da menor queda de preços das passagens aéreas no mês (-2,0%), quando o mesmo período do ano passado registrou redução de -16,8%.

Em 12 meses, no entanto, são as famílias de menor renda as que convivem com a maior inflação, sobretudo por conta das altas dos alimentos. Nesse período, a inflação dos lares com rendimento de até R$ 1.650,50 é de 7,24%. Enquanto isso, para os mais ricos (na faixa acima dos R$ R$ 16.509,66), esse aumento é de 4,67%.

"Quando se olha para o dado de 12 meses, que começa em abril do ano passado, é impossível não notar o efeito da alta dos alimentos em domicílio no bolso dos mais pobres" diz Maria Andréia. Ela lembra que, antes do fim da primeira etapa de pagamento do auxílio emergencial, no fim do ano passado, havia uma demanda maior por alimentos. Com um benefício mais modesto este ano, a tendência é de um choque menor.

Em março, o preço da cesta básica em São Paulo teve queda de 0,10%, de acordo com pesquisa do Procon-SP em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O preço médio da cesta passou de R$ 1.014 no fim de fevereiro para R$ 1.013 no fim de março.​

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