Descrição de chapéu Financial Times

Margens da Tesla caem com pressões da cadeia de suprimentos

Atenção de Wall Street recai mais em margens de lucro do negócio automotivo da companhia, que ficou abaixo das expectativas

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Richard Waters
São Francisco (Califórnia) | Financial Times

As receitas da Tesla tiveram um forte começo em 2021, graças a um bem sucedido aumento da produção na China e à demanda robusta continuada por seus carros elétricos em um mercado mais cheio, segundo números revelados depois do fechamento do mercado na segunda-feira (26).

Mas a atenção de Wall Street recaiu mais nas margens de lucro do negócio central automotivo da companhia, que ficou abaixo das expectativas enquanto registrava custos mais altos dos suprimentos e preços de venda médios mais baixos devido a transições de modelos. As ações da Tesla caíram mais de 2% em negócios após o pregão.

Com US$ 0,93 por ação, contra US$ 0,23 um ano antes, os ganhos pro forma ficaram à frente dos US$ 0,79 que Wall Street esperava. Mas o número refletiu diversos fatores isolados, incluindo um salto nas receitas da venda de créditos regulatórios, de US$ 354 milhões no mesmo período um ano atrás para US$ 518 milhões.

A recente decisão da Tesla de investir parte de seu caixa livre em bitcoins também aumentou os lucros, com as vendas da criptomoeda acrescentando US$ 101 milhões ao saldo.

Logo da empresaTesla - Arnd Wiegmann - 26.abr.21/Reuters

A sólida demanda pelos carros da Tesla foi confirmada no início deste mês quando ela relatou entregas de 184.800 veículos no primeiro trimestre, cerca de 10% além das expectativas. Isso foi apesar de uma queda de mais de 80% nas vendas dos mais antigos modelos S e X antes do lançamento de novas versões dos carros.

As entregas borbulhantes levantaram a receita da Tesla para US$ 10,39 bilhões, contra pouco menos de US$ 6 bilhões no ano anterior.

As baixas vendas de seus modelos mais antigos e rentáveis, entretanto, foram um dos fatores que prejudicaram os lucros em um momento incomumente complicado para a companhia, e a Tesla disse que seus preços de venda médios caíram em consequência.

A escassez de chips enfrentada por toda a indústria de automóveis foi outra preocupação para os investidores, e ocorre em um momento em que a Tesla já enfrenta desafios armando sua cadeia de suprimentos para cuidar de novos modelos e instalações de produção.

Outros fatores que complicam o quadro incluem preparativos para o início da produção em novas fábricas em Berlim e no Texas neste ano, a recente adoção do modelo Y na China e o lançamento planejado de pick-up e semicaminhonete.

Para o primeiro trimestre, a maioria dos analistas esperava que a Tesla relatasse uma margem de lucros bruta das operações automotivas aproximadamente em linha com os 24,1% do quarto trimestre de 2020. Excluindo as vendas de créditos regulatórios, a margem ficou em 22%.

Os ganhos ajustados antes de juros, depreciação e amortização chegaram a cerca de US$ 1,84 bilhão, o dobro do nível do ano passado e alinhados com as expectativas.

Com base em princípios contábeis formais, a Tesla relatou uma receita líquida de US$ 438 milhões, ou US$ 0,39 por ação, contra US$ 16 milhões no ano anterior.

O número foi alcançado depois de deduzir US$ 299 milhões pagos ao executivo-chefe, Elon Musk, sob um polêmico plano de compensação em ações adotado em 2018. Isso se seguiu a US$ 267 milhões em ações que Musk recebeu pelo plano no último trimestre de 2020.

Traduzido originalmente do inglês por Luiz Roberto M. Gonçalves

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