A Netflix ganhou apenas 4 milhões de assinantes no primeiro trimestre —uma desaceleração acentuada em relação aos ganhos produzidos pela pandemia no ano passado—, à medida que os Estados Unidos começam a sair dos lockdowns.
No final de março, a companhia tinha 208 milhões de clientes globais, segundo disse na terça-feira (20), errando sua própria previsão de 210 milhões.
A Netflix também disse esperar que o segundo trimestre seja lento, indicando apenas 1 milhão de acréscimos e uma base de clientes estagnada na América do Norte, seu maior mercado.
"Acreditamos que o crescimento de assinaturas pagas diminuiu devido ao grande avanço da Covid-19 em 2020 e uma grade de conteúdo menos robusta no primeiro semestre deste ano devido a atrasos de produção pela Covid-19", disse a Netflix aos acionistas, advertindo que a pandemia criaria "incerteza" sobre seus resultados.
O crescimento de assinantes no primeiro trimestre foi de 4 milhões, comparado com 16 milhões no mesmo período há um ano, durante os primeiros meses da pandemia. A empresa registrou 37 milhões de novos assinantes ao todo em 2020.
O crescimento no número de assinantes fez com que as receitas da Netflix crescessem rápido o suficiente para cobrir suas despesas operacionais e seus gastos com conteúdo no primeiro trimestre. As receitas aumentaram 24% em relação ao mesmo período no ano passado, para US$ 7,2 bilhões, pouco acima das previsões de analistas de US$ 7,1 bilhões.
O faturamento líquido saltou de US$ 700 milhões há um ano para US$ 1,7 bilhão, o que ela atribuiu parcialmente a atrasos de produção relacionados à Covid, mantendo os custos de produção baixos.
Em janeiro a Netflix anunciou que não precisaria mais levantar empréstimos para cobrir os custos de produção de seus programas de televisão e filmes.
As ações da Netflix caíram mais de 10% nos negócios após o pregão. As ações subiram só 2% neste ano, desempenho abaixo do mercado em geral, depois de altas de mais de 60% no ano passado.
Uma questão chave para os investidores foi se a Netflix poderá manter sua liderança sobre a concorrência, que inclui Disney, Apple e AT&T, e manter o ímpeto enquanto os consumidores buscam novamente opções de entretenimento fora de casa.
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