Descrição de chapéu mídia

'Batalha do streaming' deve ter pouco reflexo no Brasil, dizem analistas

Negócio entre WarnerMedia e Discovery cria gigante de mídia nos EUA

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A fusão entre WarnerMedia e Discovery, confirmada pela operadora de telefonia móvel AT&T nesta segunda-feira (17), virou mais um capítulo da disputa pelas plataformas de streaming.

A união das duas maiores operações de mídia dos Estados Unidos é avaliada em US$ 150 bilhões (quase R$ 791 bilhões) e deve reunir a HBO, HBO Max, os estúdios Warner, a CNN e canais da Discovery. As empresas esperam que o negócio, que ainda precisa da aprovação dos acionistas e de autoridades regulatórias, aconteça até a metade de 2022.

A reunião de diversas marcas, com a possibilidade de oferta de mais conteúdo, cria um forte competidor para serviços como Netflix e Amazon Prime Video, avalia Renan Hamann, líder de brand publishing da NZN Intelligence.

Logo da Discovery e da AT&T - Dado Ruvic/Reuters

“Principalmente a HBO Max, que traz filmes e séries mais antigas, coisa que a Netflix está atrás”, diz.

Para analistas, porém, a fusão de gigantes que controlam diversas marcas cria um forte concorrente para serviços como Netflix e Amazon Prime Video, mas o impacto para o Brasil, dizem, deve ser pequeno.

“Tem cada vez mais plataformas disponíveis, e o brasileiro não dá conta de arcar financeiramente com isso”, diz Carolina Vargas, presidente do Grupo Stenna e especialista no setor de TV paga e streaming.

Para ela, mesmo após as aprovações, uma nova plataforma surgida da fusão deve demorar a chegar ao país.

“Não vejo uma entrada com grande penetração que nem nos EUA, e não acredito que teremos um caminho financeiramente saudável para eles entrarem”, diz.

Hoje, uma assinatura pode custar de R$ 9,90 até R$ 60, dependendo do serviço e da plataforma escolhidos.

Analistas apontam que para uma maior penetração no mercado brasileiro –e força para brigar com a já consolidada Netflix– seria necessário investimento em conteúdos dublados, além de produção local.

Para Márcio Kanamaru, sócio-lider de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil, o Brasil é um mercado importante no streaming por ter um grande mercado consumidor.

“O país tem proporcionado oportunidades financeiras grandes, com streamings estrangeiros investindo em conteúdos originais e brasileiros crescendo olhando mais para o setor”, diz.

Vargas concorda e cita ainda ações promocionais feitas pela Disney+ ao chegar ao Brasil, que deu desconto a clientes de companhia de telefone, banco e ecommerce, entre outros.

No setor de TV a cabo, a fusão não deve mudar um cenário de queda. Embora em ritmo mais lento, o número de assinantes de TV a cabo continua caindo no país. Entre 2019 e março de 2021, o número de assinantes passou de 15,6 milhões para 14,3 milhões.

A Netflix não informa quantos assinantes tem no Brasil –no mundo são mais de 200 milhões–, mas pesquisas de mercado apontam que são cerca de 17 milhões, número superior aos de assinantes de TV a cabo.


As marcas da nova gigante de telecomunicações

  • TNT
  • Cinemax
  • HBO e HBO Max
  • CNN
  • Cartoon Network
  • DC
  • Warner Bros
  • Animal Planet
  • Discovery Home & Helth
  • Discovery Kids
  • Discovery Channel
  • TLC
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.