Com resgate recorde, dívida pública federal recua 2,9% em abril após oito meses em alta

Estoque caiu de R$ 5,24 trilhão em março para R$ 5,09 trilhão em abril, primeiro recuo desde julho de 2020

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Brasília

Diante de um resgate recorde de títulos, o estoque da dívida pública federal registrou um recuo de 2,9% em abril, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira (26). Foi a primeira queda desde julho do ano passado. O total foi de R$ 5,24 trilhão em março para R$ 5,09 trilhão em abril.

O Tesouro informou que revisou o PAF (Plano Anual de Financiamento), no qual prevê uma margem melhor nos indicadores de perfil da dívida em 2021, com redução nos limites de estoque e ampliação do prazo médio de vencimento.

No mês passado, houve um resgate total de R$ 340,6 bilhões. O número é o mais alto já registrado para todos os meses da série histórica do Tesouro, iniciada em novembro de 2006. Desse montante, R$ 284 bilhões dizem respeito ao vencimento de um lote de títulos prefixados.

No mês, houve uma emissão de R$ 173 bilhões, o terceiro maior volume da série. Com isso, abril foi encerrado com um resgate líquido de R$ 167 bilhões.

De acordo com o coordenador-geral de operações da dívida pública, Luis Felipe Vital, o mês de abril foi positivo, com redução na curva de juros. O movimento, segundo ele, foi explicado por boas expectativas em relação ao pacote de estímulos nos Estados Unidos e a percepção de que a alta da inflação no país norte-americano será temporária.

Em abril, a participação de estrangeiros na dívida pública brasileira registrou alta, indo de 9,5% para 9,7%.

No mês passado, a reserva de liquidez do Tesouro para fazer frente aos próximos vencimentos e resgates de títulos ficou em R$ 969 bilhões, 13,4% menor do que o mês anterior.

“Esse caixa é suficiente para mais de nove meses de pagamentos à frente da dívida pública”, disse Vital.

Na revisão do PAF, os limites para o estoque da dívida pública em 2021 foram reduzidos. Antes, o Tesouro trabalhava para que o montante encerrasse o ano entre R$ 5,6 trilhões e R$ 5,9 trilhões. Agora, o parâmetro foi definido de R$ 5,5 trilhões a R$ 5,8 trilhões.

O prazo médio, que estava entre 3,2 e 3,6 anos, agora fica entre 3,4 e 3,8 anos, mostrando uma expectativa de alongamento da dívida. O percentual de títulos com vencimento em 12 meses estava entre 24% e 29% para 2021 e agora passa para 22% a 27%.

“Há uma expectativa que a gente possa melhorar a estrutura de vencimento da dívida. Essa melhora nos ajuda a retornar rapidamente ao que nós víamos em 2017, 2018 e 2019, antes da pandemia, quando fomos obrigados a concentrar bastante a dívida no curto prazo”, disse o subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira.

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