Fed precisa de mais 'vários meses de dados' para debater mudanças na política monetária, diz diretor

Para representante do banco central dos EUA, a economia do país está pisando no acelerador

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Howard Schneider | Reuters

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, precisa de mais "vários meses de dados" antes de considerar mudanças na política monetária para garantir que o recente crescimento fraco de empregos e a inflação alta sejam temporários, disse o diretor da instituição, Christopher Waller, nesta quinta-feira (13).

Waller afirmou que uma economia "pronta para arrancar" acabará por superar o que ele considera como um "descompasso" temporário entre a demanda crescente de empresas por trabalhadores e a disposição das pessoas de aceitar empregos enquanto a pandemia prossegue e os benefícios ao desemprego estão disponíveis para pagar as contas.

O avanço de 4,2% nos preços ao consumidor no acumulado de 12 meses até abril, acima do esperado, entretanto, será temporário à medida que os gargalos de oferta diminuam e os consumidores gastem um excedente de poupança acumulado do fluxo de recursos disponibilizados pelo governo durante a pandemia, disse Waller.

"A economia dos Estados Unidos está pisando no acelerador e continuando a ter uma recuperação muito forte", disse Waller.

Homem pedala em frente ao Fed, banco central dos Estados Unidos - Brendan McDermid - 27.mar.21/Reuters

Ainda assim, a inflação de abril e os resultados do emprego foram uma surpresa que levou "todas as projeções a ficarem de queixo caído", disse Waller, e confirmou a necessidade de o Fed basear as mudanças de sua política monetária em resultados, não em previsões que, particularmente, podem estar erradas na saída de uma pandemia.

O Fed tem dito que não alterará suas compras mensais de títulos em US$ 120 bilhões (R$ 633,7 bilhões) até que haja "progresso adicional substancial" em colocar pessoas de volta ao trabalho, com um aumento na atual meta de taxa de juros, próxima de zero, ainda mais adiante.

O banco central americano também quer levar a inflação para mais de 2%, por algum tempo, para compensar a inflação fraca anterioriormente, e comprometeu-se a não exagerar na reação aos aumentos de curto prazo nos preços que podem estar ocorrendo agora.

Os relatórios de criação de postos de trabalho dos meses de maio e junho "podem revelar que abril foi um caso atípico, mas precisamos ver isso antes de começarmos a pensar em ajustar nossa postura", disse Waller.

"Agora é a hora de sermos banqueiros centrais pacientes e obstinados, e não sermos enganados por surpresas temporárias de dados", acrescentou.

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