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Justiça derruba liminar e decreta falência da MMX, de Eike Batista

Decisão foi confirmada pela empresa por meio de comunicado ao mercado

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Porto Alegre

A 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu decretar a falência da MMX Mineração e Metálicos e da MMX Corumbá Mineração, sua controlada. As mineradoras, que entraram em recuperação judicial, fazem parte dos negócios do empresário Eike Batista.

A decisão foi confirmada pela MMX, nesta quarta-feira (19), por meio de comunicado ao mercado. Na prática, a determinação judicial reverteu uma liminar de agosto de 2019. À época, essa liminar suspendeu a falência, que havia sido estabelecida em primeira instância, pela 4ª Vara Empresarial do Rio.

A MMX protocolou, em novembro de 2016, seu pedido de recuperação judicial em conjunto com a MMX Corumbá. No comunicado ao mercado, a empresa afirma que não teve acesso ao inteiro teor da decisão que decretou sua falência e que pretende recorrer assim que possível.

Na visão da MMX, a medida pode ter implicações relevantes no "term sheet" (documento sobre condições de investimento) celebrado em março com a China Development Integration Limited (CDIL). O acordo poderia resultar em um aporte de US$ 50 milhões no grupo brasileiro.

O empresário Eike Batista durante depoimento na CPI do BNDES no Senado Federal - Pedro Ladeira - 29.nov.17/Folhapress

Caso as mineradoras de Eike não consigam reverter a decisão judicial, será instaurado processo de liquidação de ativos, frisa o advogado Uri Wainberg, do escritório Marcello Macêdo Advogados, administrador judicial da recuperação da MMX. A intenção seria “maximizá-los” para o pagamento de credores. Conforme Wainberg, as dívidas ficam em torno de R$ 650 milhões.

A falência das companhias é o segundo revés sentido pelos negócios de Eike somente neste mês de maio. No dia 5, a 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte decretou falência da MMX Sudeste Mineração. Na ocasião, a Justiça apontou descumprimento de termos previstos no plano de recuperação judicial da companhia.

A MMX Sudeste é outra subsidiária da MMX Mineração.

Eike chegou a ser considerado o sétimo homem mais rico do mundo pela revista Forbes. Em 2012, teve uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões.

Alvo da Operação Lava Jato, ele foi preso duas vezes, em 2017 e 2019. A PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) tenta executar uma dívida de R$ 3,4 bilhões do empresário e da MMX. O pedido de execução foi considerado mais um obstáculo a tentativas de recuperação da companhia.

O anúncio da falência, nesta quarta-feira (19), respingou no mercado financeiro. A negociação das ações da MMX chegou a ser interrompida durante a tarde. Ao final do dia, os papéis fecharam em queda de 30,35%. ​

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