Leilão da Love Story tem bebidas, sofás e mesa de DJ

Boate teve falência decretada em fevereiro; bens são avaliados em R$ 5,5 mi

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São Paulo

A Love Story, ícone da boemia paulistana desde os anos 1990, inicia nesta quinta (20) o leilão dos bens da casa, cuja falência foi decretada em fevereiro. Os itens são avaliados em R$ 5,5 milhões.

Entre os produtos disponíveis para lance estão letreiros piscantes como “Miga Sua Loka”, “Today I Love You”, “Tudo tem começo meio e after” e “All You Need is Love”. Também estão na lista uma vasta carta de bebidas alcoólicas, mesa de DJ, globo de espelho, notebooks, sofás, fogão industrial e sistema de ar condicionado, entre outros.

O imóvel, que é alugado, não está incluso no lote.

O leilão, organizado pela Milan Leilões, vai até o dia 4 de junho, com transmissão ao vivo pela internet. Também haverá uma segunda etapa entre os dias 4 e 18 de junho, com itens que não forem arrematados em primeiro momento.

A casa tinha capacidade máxima de 500 pessoas, e operava há 26 anos na região central de São Paulo. Recebia todo tipo de público, desde anônimos até celebridades como a atriz Luana Piovani, Chiquinho Scarpa e o chef Erick Jacquin. Costumava funcionar de terça a sábado e fechava somente após a saída do último cliente.

Os valores arrecadados no leilão serão utilizados para pagar os credores. A Love Story entrou com um pedido de recuperação judicial em agosto de 2018, com uma dívida de quase R$ 1,7 milhão.

Posteriormente, a casa reconheceu que não conseguiria cumprir o plano de recuperação. A Love Story atribuiu à pandemia e à falta de perspectiva da retomada de atividades a impossibilidade de ressarcir os credores.

Folhamercado

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Em uma assembleia, o administrador judicial do caso e os credores optaram pela decretação da falência da casa. O juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, acatou a decisão e decretou a falência da boate em fevereiro deste ano.

Ao decretar a falência da boate, o juiz afirmou que a “situação de absoluto descaso” durava mais de um ano e seis meses.

Segundo Sacramone, não era possível atribuir a falta de pagamentos apenas à pandemia, uma vez que os créditos trabalhistas deveriam ter sido pagos até novembro de 2019.

“Antes, portanto, da pandemia, a recuperanda já era inadimplente. O administrador judicial destaca que sequer a documentação vinha sendo apresentada. Não há apresentação de informações sequer pela recuperanda, apesar das diversas intimações a tanto. Não foram apresentados quaisquer comprovantes de pagamento, nem sequer das obrigações antes do início da pandemia”, escreveu.

Os proprietários recorreram da decisão, dizendo que deixaram de pagar as dívidas devido às dificuldades causadas pelo isolamento social. O desembargador Alexandre Lazzarini, no entanto, não aceitou o pedido de suspensão da decisão. Procurados pela reportagem, os donos da Love Story não responderam até a publicação deste texto.

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