Advent investe R$ 2,1 bilhões na Ebanx

Fintech brasileira se concentra no processamento de pagamentos na América Latina de clientes de sites globais como AliExpress, Airbnb e Spotify

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Carolina Mandl
São Paulo | Reuters

Os fundos geridos pela Advent International vão investir US$ 430 milhões (R$ 2,1 bilhões) na empresa de pagamentos brasileira Ebanx, financiando seu crescimento na América Latina antes de um IPO (oferta pública inicial de ações) planejado para os próximos meses, disse o presidente-executivo da startup, João Del Valle, nesta terça-feira (15).

João Del Valle afirmou que a empresa planeja usar os recursos em aquisições para expandir ainda mais as operações da companhia em países como México, Colômbia e Argentina. A Advent também está comprando uma participação dos investidores existentes da Ebanx.

Os fundos da América Latina, global e de tecnologia da Advent, além da subsidiária Sunley House, estão investindo US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões) na Ebanx neste momento, e a firma de private equity também se comprometeu a investir mais US$ 30 milhões (R$ 152,1 milhões) no futuro IPO da Ebanx nos Estados Unidos.

A Ebanx deve lançar uma oferta de ações até o início de 2022, disse Del Valle.

Os fundadores do EBANX: Alphonse Voigt, Ruiz e Del Valle - Divulgação Ebanx

As empresas não divulgaram a avaliação da Ebanx ou o tamanho da participação minoritária adquirida pela Advent.

Fundada em 2012, a Ebanx se concentra principalmente no processamento de pagamentos na América Latina para clientes de sites globais como o AliExpress, do Alibaba, o Airbnb e o serviço de streaming de música Spotify. Globalmente, um de seus pares é a empresa holandesa Adyen NV.

Este ano, a Ebanx deve processar mais de US$ 7 bilhões (R$ 35,4 bilhões) em volume total de pagamentos (TPV), dobrando em relação a 2020, acrescentou Del Valle.

A empresa afirma ter crescido 38% em 2020 em número de transações.

A startup tem negócios em 11 países e espera expandir para mais quatro mercados em breve: (El Salvador, Panamá, Guatemala e República Dominicana.

À Folha, Wagner Ruiz, cofundador da Ebanx, disse que o crescimento da companhia vem sendo impulsionado principalmente pela expansão internacional.

Segundo ele, as operações fora do Brasil representam 40% dos negócios da startup. Há dois anos, eram 10%.

Um dos objetivos da companhia, segundo Ruiz, é ampliar a participação nos pagamentos locais, linha de negócios que passou a ser explorada há dois anos no Brasil, está disponível na Argentina e será levada ao México.

Em relação à aquisições, o executivo diz que o objetivo é encontrar tanto empresas com negócios semelhantes ao da Ebanx para acelerar o crescimento da empresa como também buscar companhias com modelos complementares.

Atualmente duas operações estão em análise no Brasil e há negociações avançando no México, Colômbia e Peru, diz.

O Ebanx conta com cerca de 1.000 funcionários e 200 vagas abertas.

Como parte do negóci anunciado nesta terça, a Advent vai nomear um conselheiro para a Ebanx, disse Brenno Raiko, diretor-gerente da Advent no Brasil.

"Este é o maior cheque da Advent para uma empresa de tecnologia da América Latina", afirmou.

Além da Advent e dos três fundadores da Ebanx, a FTV Capital também é investidora da Ebanx, que alcançou o status de unicórnio em 2019.

O negócio é o mais recente exemplo de como os aportes em fintechs brasileiras vivem um momento bastante agitado. Na semana passada, o Nubank anunciou uma rodada de financiamento de US$ 750 milhões (R$ 3,8 bilhões), liderada pela Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.

Com o investimento no Nubank, o mercado brasileiro já havia acumulado mais investimentos em startups na primeira metade de 2021 do que no ano de 2020 inteiro. Ainda sem os US$ 430 bilhões do Ebanx, o setor acumulava US$ 3,9 bilhões (R$ 19,8 bilhões) em captações neste ano, ante US$ 3,5 bilhões (R$ 17,8 bilhões) em 2020.

Colaborou Filipe Oliveira, de São  Paulo

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